Uma reflexão sobre a transferência dos psicóticos na teoria freudiana
Une réflexion sur le transfert chez les psychotiques dans la théorie freudienne
A consideration about transference with psychotics in Freudian theory

aSEPHallus; 14 (28), 2019
Publication year: 2019

O artigo tem como objetivo identificar por que, de acordo com Freud, a transferência de pacientes psicóticos é inadequada para a clínica analítica. Descobrimos que essa afirmativa tem relação com o mecanismo de defesa empregado pelo psicótico que, diante de uma frustração, ao invés de recalcar, rechaça uma representação da consciência, e retorna a libido dessa representação de volta ao próprio ego, em pontos de fixação autoeróticos ou narcísicos. Depositada no Eu, a libido que se direciona para o mundo externo se tornou escassa, diminuindo a capacidade transferencial com o analista. Na esquizofrenia, Freud percebeu uma transferência insuficiente; na paranoia, de manejo impossível. Por conta disso, Freud não recomenda a psicanálise para tratar psicóticos, porque a análise se encerra precocemente, ou não apresenta ganhos terapêuticos. Não obstante, o autor deixa um grande alicerce teórico sobre as psicoses, e delega à posterioridade a responsabilidade de elaborar uma forma de tratamento
Cet article a le but d’ identifier la raison pour laquelle, selon Freud, le transfert des patients psychotiques est inapproprié pour la clinique analytique. Nous découvrons que cette affirmation est liée au mécanisme de défense employé par le psychotique qui, face à la frustration, au lieu de la réprimer, il rejette une représentation de la conscience et renvoie la libido de cette représentation au moi, aux points d’attachement auto-érotiques ou narcissiques. Déposée sur le Je, la libido dirigée vers le monde extérieur se raréfie, diminuant la capacité de transférer avec l’analyste. Dansla schizophrénie, Freud a remarqué un transfert insuffisant; dans la paranoïa, sa gestion est impossible. Par conséquent, Freud ne recommande pas la psychanalyse pour traiter les psychotiques, parce que l’analyse se termine trop tôt ou sans gains thérapeutiques. Cependant, l’auteur laisse une grande base théorique sur la psychose et il donne aux successeurs la responsabilité de développer une forme de traitement
The article aims to identify why, according to Freud, the transfer in psychotic patients is inappropriate for the analytical clinic. We found that this affirmation is related to the defense mechanism employed by the psychotic who, in the face of frustration, instead of repressing, rejects a representation in consciousness, and returns the libido of that representation back to the ego itself, in autoerotic or narcissistic fixation points. Deposited in the Self, the libido that is directed to the external world becomes scarce, decreasing the transference capacity with the analyst. In schizophrenia, Freud noticed an insufficient transfer; in paranoia, it is impossible to manage. Thus, Freud does not recommend psychoanalysis to treat psychotics, because the analysis ends early, or there are no therapeutic gains. Nevertheless, the author leaves a great theoretical foundation on psychoses, and delegates to his successors the responsibility of elaborating a form of treatment

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