Frequência intestinal e sintomas de constipação e sua relação com o nível de atividade física em pacientes com doença de Chagas
Bowel frequency and symptoms of constipation and its relation with the level of physical activity in patients with chagas disease

Arq. gastroenterol; 57 (2), 2020
Publication year: 2020

ABSTRACT BACKGROUND:

Intestinal constipation (IC) in patients with the digestive form of Chagas disease is one of the main reasons for seeking medical care. Population data indicate that the practice of physical activity improves gastrointestinal motility.

OBJECTIVE:

This study evaluated the bowel frequency and symptoms of constipation and their relationship with the level of physical activity in patients with and without Chagas disease.

METHODS:

Patients (n=120) of both genres, aged between 35 and 84 years, in which 50% (n=60) were in the Chagas group and 50% (n=60) were in the control group, were evaluated regarding the level of IC using the Constipation Assessment Scale (CAS) and regarding the level of physical activity using the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). RESULTS - Patients in the Chagas group classified as active (IPAQ 2) had higher proportion (P=0.0235) of moderate IC with severe abdominal distension (P=0.0159) and decreased evacuation frequency (P=0.0281) than the patients in the control group, considered to be very active (IPAQ 1). The sedentary lifestyle was greater (P=0.0051) in the Chagas group with duration, intensity and frequency of physical activity lower than the control group. The health perception in the Chagas group was regular for 46.7% (P=0.0035) and poor for 8.3% (P=0.0244).

CONCLUSION:

There is a lower risk of developing intestinal constipation in more active individuals, evidencing that the level of physical activity interferes with bowel frequency and symptoms of constipation in patients with and without Chagas disease. The level of physical activity and health perception were worse in the Chagas group, reinforcing the disease stigma, which should be modified by the training of health professionals who routinely attend these patients.

RESUMO CONTEXTO:

A constipação intestinal (CI) em pacientes com a forma digestiva da doença de Chagas é uma das principais razões para procura de atendimento médico. Os dados populacionais indicam que a prática de atividade física melhora a motilidade gastrointestinal.

OBJETIVO:

Este estudo avaliou a frequência intestinal e os sintomas de constipação e sua relação com o nível de atividade física em pacientes com e sem doença de Chagas.

MÉTODOS:

Pacientes (n=120) de ambos os gêneros, com idades entre 35 e 84 anos, nos quais 50% (n=60) eram do grupo Chagas e 50% (n=60) do grupo controle, foram avaliados quanto ao nível da CI utilizando a Escala de Avaliação da Constipação (CAS) e o nível de atividade física utilizando o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ).

RESULTADOS:

Os pacientes do grupo Chagas classificados como ativos (IPAQ 2) apresentaram maior proporção (P=0,0235) de CI moderada com distensão abdominal grave (P=0,0159) e frequência de evacuação diminuída (P=0,0281) do que os pacientes do grupo controle, considerados muito ativos (IPAQ 1). O estilo de vida sedentário foi maior (P=0,0051) no grupo Chagas com duração, intensidade e frequência de atividade física menor que o grupo controle. A percepção de saúde no grupo Chagas foi regular para 46,7% (P=0,0035) e ruim para 8,3% (P=0,0244).

CONCLUSÃO:

Existe menor risco de desenvolver constipação intestinal em indivíduos mais ativos, evidenciando que o nível de atividade física interfere na frequência intestinal e nos sintomas de constipação em pacientes com e sem doença de Chagas. O nível de atividade física e percepção de saúde foram piores no grupo Chagas, reforçando o estigma da doença, que deve ser modificado pela capacitação dos profissionais de saúde que atendem rotineiramente esses pacientes.

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