Impacto da composição corporal na sobrevida e na toxicidade do tratamento no câncer de pâncreas: estudo transversal
Body composition impact on survival and toxicity of treatment in pancreatic cancer: cross-sectional pilot study

Arq. gastroenterol; 57 (3), 2020
Publication year: 2020

ABSTRACT BACKGROUND:

Weight loss and body composition changes are common in patients with pancreatic cancer. Computed tomography (CT) images are helpful to investigate body composition and its changes and to discriminate the different kinds of body tissues. Patients with pancreatic cancer routinely undergo CT scans.

OBJECTIVE:

To verify the association of muscle mass and visceral fat measured by CT with toxicity and survival of patients with pancreatic cancer.

METHODS:

We evaluated the imaging of the abdomen of all consecutive adult patients with pancreatic cancer treated between October 2007 and September 2015 in our service, to assess skeletal muscle mass and fat, intramuscular fat and visceral fat. We graded treatment toxicity symptoms according to the Common Toxicity Criteria of the United States National Cancer Institute (version 2.0).

RESULTS:

The study involved 17 patients, with a mean age of 63 (±10) years (range: 51-73 years). Eleven (65%) were male. The mean initial body mass index (BMI) was 26 kg/m2 (±3) and 23 kg/m2 (±3) after treatment. The mean weight loss was 10.0 kg (±6.8; 13%). Sarcopenia was present in 47% of patients, and it was not associated with significant differences in muscle mass, visceral fat, toxicity or survival. The mean skeletal muscle attenuation was 36 Hounsfield units, not associated with survival or treatment toxicity. Mean muscle mass was not associated with toxicity either. However, there was a significant inverse association between toxicity and visceral fat.

CONCLUSION:

Muscle mass had no impact on the survival or on treatment toxicity among the patients with pancreatic cancer. However, the visceral fat exerted a protective effect against the treatment toxicity. We stress the importance of further studies on visceral fat associated with prognosis and toxicity in cancer patients.

RESUMO CONTEXTO:

Perda de peso e mudanças na composição corpórea são frequentes em pacientes com câncer do pâncreas. Imagens de tomografia computadorizada são úteis na investigação da composição corporal e suas mudanças e para discriminar diferentes tipos de tecidos corporais. Pacientes com câncer pancreático são submetidos à tomografia computadorizada rotineiramente.

OBJETIVO:

Verificar a associação entre massa muscular e gordura visceral medida por tomografia computadorizada e a toxicidade do tratamento e a sobrevida de pacientes com câncer de pâncreas.

MÉTODOS:

Avaliamos imagens tomográficas abdominais de todos os pacientes adultos com câncer pancreático consecutivamente tratados entre outubro de 2007 e setembro de 2015 no serviço, para estimativa da massa muscular esquelética e gordura, tecido adiposo intramuscular e visceral. Classificamos a toxicidade do tratamento conforme os Critérios Comuns de Toxicidade do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (versão 2.0).

RESULTADOS:

O estudo envolveu 17 pacientes, com idade média de 63 (±10) anos (51-73 anos); 11 (65%) homens. O índice de massa corporal médio inicial foi de 26 kg/m2 (±3); 23 kg/m2 (±3) após o tratamento. A perda de peso média foi de 10,0 kg (±6,8; 13%). Observamos sarcopenia em 47% dos pacientes, não associada a diferenças significativas na massa muscular, tecido adiposo visceral, toxicidade ou sobrevivência. A atenuação média do músculo esquelético foi de 36 unidades Hounsfield, não associada à sobrevivência ou toxicidade. A massa muscular média também não foi associada à toxicidade. No entanto, observamos associação inversa significativa entre toxicidade e gordura visceral.

CONCLUSÃO:

A massa muscular não teve impacto na sobrevida ou na toxicidade do tratamento dos pacientes com câncer pancreático. No entanto, a gordura visceral exerceu efeito protetor contra a toxicidade. Ressaltamos a importância de mais estudos sobre a gordura visceral associada ao prognóstico e à toxicidade em pacientes com câncer.

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