CoDAS; 32 (4), 2020
Publication year: 2020
RESUMO Objetivo:
Avaliar a habilidade de identificação de vozes normais e alteradas por indivíduos afinados e desafinados, comparando seu desempenho nos testes de processamento auditivo e na avaliação perceptivo-auditiva. Método:
Participaram 15 indivíduos afinados e 15 desafinados pareados quanto à idade e sexo, oriundos de um coral amador, com limiares auditivos e qualidade vocal dentro dos padrões de normalidade. Todos foram submetidos à Triagem da Afinação vocal para a alocação nos grupos de afinados e desafinados. Em seguida, realizaram o Teste Padrão de Frequência (TPF), Teste Padrão de Duração (TPD) e análise perceptivo-auditiva de 36 vozes, mais 20% de repetição para teste de confiabilidade. Resultados:
Os indivíduos desafinados apresentaram resultados estatisticamente menores que os afinados no TPF e no TPD para ambas as orelhas (p=0,002 OD; p=0,001 OE; p=0,009 TPD). Resultados da análise perceptivo-auditiva e da confiabilidade não apresentaram diferença (p=0,153). Contudo, esses resultados foram melhores quando comparados os participantes com valores normais no TPF e TPD, em relação aos resultados alterados (p=0,033). Assim, participantes com testes temporais de processamento auditivo alterados apresentaram maiores dificuldades na análise perceptivo-auditiva e menor confiabilidade intrassujeito, independentemente de serem ou não afinados. Conclusão:
Percebe-se que a afinação vocal não é um pré-requisito para a realização de uma boa avaliação perceptivo-auditiva da voz, mas os padrões temporais e a confiabilidade intrassujeito estão notavelmente associados à análise perceptivo-auditiva de vozes normais e alteradas. Assim, sugere-se que o treinamento auditivo seja contemplado em programas de desenvolvimento da habilidade de realizar avaliação perceptivo-auditiva da voz.
ABSTRACT Purpose:
To evaluate the ability that in tune and out of tune individuals have to identify normal and deviated voice qualities and to compare it with their performance in auditory processing tests and perceptual judgment. Method:
The study investigated 15 in tune and 15 out of tune individuals. Participants were matched for age and sex, were amateur choir singers, had normal hearing thresholds and normal vocal quality. All individuals underwent Pitch-matching scanning to be classified as in or out of tune. Next, they performed the Pitch Pattern Sequence (PPS) and the Duration Pattern Sequence (DPS) tests and the perceptual judgment of 36 voices plus 20% of repetition for reliability analysis. Results:
The out of tune individuals had worse performance in the PPS and DPS for both ears (p=0.002 RE; p=0.001 LE; p=0.009 DPS); no difference was observed in the perceptual judgment and the reliability (p=0.153). However, participants with normal PPS and DPS had better performance in the perceptual judgment and better reliability (p=0.033). Thus, individuals with disorders in temporal auditory processing skills have greater difficulty in the perceptual judgment and have lower intra-rater reliability, despite being in or out of tune. Conclusion:
It can be observed that voice tone is not required to guarantee good perceptual judgment. However, temporal patterns and intra-rater reliability are essential to perceptually assess normal and altered voice qualities. Therefore, auditory training should be included in programs that aim to develop voice perceptual judgment abilities.