Eu não sou homem mais!: masculinidades e experiências de adoecimento por câncer da próstata
I am not a man anymore!: masculinities and illness experiences of prostate cancer
Gerais (Univ. Fed. Juiz Fora); 13 (2), 2020
Publication year: 2020
Este estudo buscou compreender a maneira como os homens experienciam o processo de adoecimento por câncer da próstata e analisar suas experiências relacionadas ao tratamento oncológico. Foram realizadas entrevistas narrativas episódicas com oito homens, com idade entre 50 e 70 anos, diagnosticados com câncer da próstata e que declararam ter concluído o tratamento, analisadas por meio da Análise Fenomenológica Interpretativa. Para os entrevistados, o câncer é uma doença grave, complexa, agressiva e fortemente associada à morte e ao sofrimento. As limitações físicas e a nova rotina impostas pelo adoecimento e tratamento mostram-se bastante diferentes dos modos de vida dos homens anteriores à enfermidade e produziram sentimentos de medo e ansiedade quanto à possibilidade da morte e do sofrimento. O adoecimento e o tratamento exigiram que os indivíduos reelaborassem suas concepções acerca de seus corpos e abriu espaço para construção de novas formas de se pensar e viver a própria masculinidade.
This study aimed to understand the way men experience the illness process of prostate cancer and to analyze their experiences related to cancer treatment. Episodic narrative interviews were conducted with 08 men, aged between 50 and 70 years, diagnosed with prostate cancer and who reported having completed treatment, analyzed through the Interpretative Phenomenological Analysis. According to the interviewees, the cancer is a serious illness, complex, aggressive and strongly associated with death and suffering. The physical limitations and the new routine imposed by the illness and treatment are very different from the livelihoods of men before the illness, and produced feelings of fear, anxiety about the possibility of death and suffering. The illness and the treatment required that men develop their ideas about their bodies and opened space for construction of new ways of thinking and living masculinity.