J. bras. nefrol; 42 (3), 2020
Publication year: 2020
Abstract Introduction:
Infectious complications are common in systemic lupus erythematosus. Although uncommon, central nervous system infections do occur and have significant lethality, with several etiological agents. Methods:
We report on the case of a 29-year-old woman recently diagnosed with systemic lupus erythematosus with hematological, cutaneous, serous and renal manifestations (class IV lupus nephritis), who underwent corticosteroid pulse therapy and mycophenolate induction therapy. After 3 months of evolution, she developed headache and altered mental status. Computed tomography showed an area of hypoattenuation in the left frontal white matter and her cerebrospinal fluid examination showed pleocytosis and hyperproteinorrhachia. Peripheral blood and CSF culture identified Listeria monocytogenes. The patient presented deterioration of her neurological status, requiring invasive mechanical ventilation, monitoring of intracranial pressure and, despite all the intensive support, persisted in a comatose state and developed multiple organ failure, evolving to death due to nosocomial bloodstream infection. Discussion:
Infection from L. monocytogenes usually occurs after eating contaminated food, manifesting itself with diarrhea and, occasionally, invasively, such as neurolisteriosis. Further investigation with CSF analysis and MRI is necessary, and the diagnosis consists of isolating the bacteria in sterile body fluid. Conclusion:
The case presents a patient whose diagnosis of meningoencephalitis became an important differential with neuropsychiatric disorder. The poor outcome reinforces the need to remember this infectious condition as a serious complication in the natural history of SLE.
Resumo Introdução:
As complicações infecciosas são frequentes no lúpus eritematoso sistêmico. Apesar de incomum, infecções do sistema nervoso central ocorrem e têm significativa letalidade, apresentando diversos agentes etiológicos. Métodos:
Descrevemos aqui o caso de uma mulher de 29 anos recentemente diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico com manifestações hematológica, cutânea, serosa e renal (nefrite lúpica classe IV), submetida a pulsoterapia com corticoide e terapia de indução com micofenolato. Após 3 meses de evolução, apresentou quadro de cefaleia e alteração de estado mental. Tomografia computadorizada evidenciou área de hipoatenuação em substância branca frontal esquerda e exame de líquido cefalorraquidiano mostrava pleocitose e hiperproteinorraquia. Cultura de sangue periférico e do liquor identificaram Listeria monocytogenes. Paciente apresentou deterioração do quadro neurológico, necessitando de ventilação mecânica invasiva, monitorização de pressão intracraniana e, apesar de todo o suporte intensivo, persistiu em estado comatoso e disfunção de múltiplos órgãos, evoluindo a óbito por infecção de corrente sanguínea nosocomial. Discussão:
Infecção por L. monocytogenes ocorre geralmente após ingestão de alimentos contaminados, manifestando-se por diarreia e, eventualmente, de forma invasiva como a neurolisteriose. Investigação complementar com análise de liquor e ressonância magnética faz-se necessária, sendo o diagnóstico confirmado por isolamento da bactéria em líquido corporal estéril. Conclusão:
O caso representa uma paciente cujo diagnóstico de meningoencefalite tornou-se importante diferencial com atividade de doença neuropsiquiátrica. A evolução insatisfatória reforça a necessidade de se lembrar desta condição infecciosa como complicação grave na história natural do LES.