Luto e não-violência em tempos de pandemia: precariedade, saúde mental e modos outros de viver
Luto y no violencia en tiempos pandémicos: precariedad, salud mental y otras maneras de vivir
Grief and nonviolence in a pandemic: precarity, mental health and other ways of living

Psicol. soc. (Online); 32 (), 2020
Publication year: 2020

Resumo Este trabalho visa propor uma reflexão sobre a importância da vivência coletiva dos processos de luto, interditados pela emergência da pandemia da Covid-19. Com base em ideias trazidas por intercessores que falam da carência de rituais na cultura contemporânea a partir de paradigmas tradicionais, como Ailton Krenak e Davi Kopenawa, somadas aos princípios apresentados pela perspectiva da não-violência agressiva de Judith Butler, as autoras desenvolvem a hipótese de que o luto, quando elaborado coletivamente, através da oferta de espaços seguros de escuta empática e sensível nos quais as narrativas das dores das perdas sejam acolhidas, pode resultar num processo de resolução de traumas, despertando, assim, a potência necessária para uma composição que leve a ações criativas e solidárias de cuidado comunitário. Metodologicamente, se faz uso da cartografia como processo de registro das linhas de força e afetabilidade reveladas por escutas realizadas em grupos junto aos quais as autoras atuam.
Resumen Este trabajo tiene como objetivo proponer una reflexión sobre la importancia de la experiencia colectiva de los procesos de luto, prohibida por el surgimiento de la pandemia de COVID-19. Basado en ideas aportadas por intercesores que hablan de la falta de rituales en la cultura contemporánea de paradigmas tradicionales, como Ailton Krenak y Davi Kopenawa, sumados a los principios presentados por la perspectiva de la no violencia agresiva de Judith Butler, las autoras desarrollan la hipótesis de que el luto, cuando se desarrolla colectivamente, a través de la provisión de espacios seguros para escuchar con empatía y sensibilidad en los cuales las narraciones de los dolores de pérdida son bienvenidos, puede resultar en un proceso de resolución de trauma, despertando así el poder necesario para una composición que conduzca a acciones creativas y de apoyo de atención comunitaria. Metodológicamente, se utiliza la cartografía como proceso para registrar las líneas de fuerza y afectividad reveladas al escuchar grupos con los que trabajan las autoras.
Abstract This paper proposes a reflection about the importance of the collective experience of grieving processes, that were interrupted by the emergency of the COVID 19 Pandemic. It is based on ideas brought by intercessors who tell us about the scarcity of rituals in contemporary culture from the perspective of traditional paradigms, such as Ailton Krenak and David Kopenawa, in alliance with the principles presented by Judith Butler's perspective of aggressive nonviolence. The authors develop the hypothesis that grieving, when collectively elaborated with the offer of a safe environment of empathic and sensitive listening, where the narratives of pain and loss are welcomed, can result in a process of trauma resolution. This way, it awakens the necessary potency for composing creative and solidary actions of common care. Methodologically, the cartography is used as a process to register the lines of force and affectability that are revealed by listening processes in groups which the authors work.

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