Estrutura urbana e mobilidade populacional: implicações para o distanciamento social e disseminação da Covid-19
Urban structure and population mobility: implications for social distance and dissemination of COVID-19
Estructura urbana y movilidad poblacional: implicancias para el distanciamiento social y la diseminación de covid-19
Rev. bras. estud. popul; 37 (), 2020
Publication year: 2020
O mundo vem testemunhando a rápida disseminação dos casos confirmados da síndrome respiratória aguda por meio do coronavírus (Sars-CoV-2 Covid-19). Nos primeiros meses de pandemia, as estatísticas indicam que as grandes cidades tornaram-se palcos destacados de contágio e disseminação da Covid-19. Diante desse cenário, o presente estudo oferece argumentos que auxiliam na construção e aferição preliminar de três hipóteses: a estrutura urbana e a organização das cidades interferem na taxa de distanciamento social e, portanto, no ritmo de contágio da doença; na cidade, a forma com que o sistema de transporte de pessoas está estruturado desempenha papel relevante no ritmo de disseminação da Covid-19; e a pandemia e as práticas de distanciamento físico e social alteram os padrões de mobilidade intraurbana. Analisam-se dados nacionais e regionais disponíveis em órgãos oficiais e outros trabalhos empíricos sobre a Covid-19 à luz de estudos teóricos sobre mobilidade urbana. Em seguida, por método indutivo, é feita uma associação destes dados aos diferentes modelos de cidades (compacta x espraiada), considerando, em especial, aspectos de mobilidade urbana. Os argumentos desenvolvidos nesse estudo parecem corroborar o teor central das hipóteses apresentadas. É preciso desenvolver modelos que incorporem estes elementos para avançarmos na compreensão da pandemia e, também, de elementos que auxiliem na construção de cidades mais resilientes a fenômenos como a Covid-19.
The world has witnessed the rapid spread of confirmed cases of acute respiratory syndrome through coronavirus (SARS-CoV-2 COVID-19). In the first months of the pandemic, statistics indicate that large cities have become prominent places of contagion and dissemination of COVID-19. In view of this, the present study offers arguments that assist in the construction and preliminary assessment of three hypotheses: 1) the urban structure and the organization of cities interfere in social distancing rates and, therefore, in the rate of contagion of the disease; 2) in cities, the way in which transport system is structured plays an important role in the pace of dissemination of COVID-19; 3) the pandemic and practices of physical and social distancing alter patterns of intra-urban mobility. National and regional data available from official agencies and other empirical studies on COVID-19 are analyzed in the light of theoretical studies on urban mobility. Then, using the inductive method, an association of these data is made with the different city models (compact vs. sprawled), considering, in particular, aspects of urban mobility. The arguments developed in this study seem to corroborate the central issues of the hypotheses presented in this work. It is necessary to develop models that incorporate these elements to advance in understanding the pandemic and elements that help in the construction of cities more resilient to phenomena such as COVID-19.
El mundo ha sido testigo de la rápida propagación de casos confirmados de síndrome respiratorio agudo a través del coronavirus (SARS-CoV-2, covid-19). En los primeros meses de la pandemia, las estadísticas indican que las grandes ciudades se han convertido en espacios prominentes de contagio y difusión de covid-19. En vista de esto, el presente estudio ofrece argumentos que ayudan en la construcción y evaluación preliminar de tres hipótesis: 1) la estructura urbana y la organización de las ciudades interfieren en la tasa de distancia social y, por lo tanto, en la tasa de contagio de la enfermedad; 2) en las ciudades, la forma en que se estructura el sistema de transporte colectivo de personas juega un papel importante en el ritmo de difusión de la covid-19; 3) la pandemia y las prácticas de distancia física y social alteran los patrones de movilidad intraurbana. Los datos nacionales y regionales disponibles de organismos oficiales y otros estudios empíricos sobre covid-19 se analizan a la luz de los estudios teóricos sobre movilidad urbana. Luego, utilizando el método inductivo, se hace una asociación de estos datos con los diferentes modelos de ciudad (compacto contra extendido), considerando, en particular, aspectos de la movilidad urbana. Los argumentos desarrollados en este estudio parecen corroborar el tenor central de las hipótesis. Es necesario desarrollar modelos que incorporen otros elementos para avanzar a la recopilación de datos de la pandemia y de otros elementos que permitan la construcción de ciudades más resistentes a los fenómenos como la covid-19.