Rev. bras. ter. intensiva; 32 (2), 2020
Publication year: 2020
RESUMO Objetivo:
Identificar as unidades de terapia intensiva neonatais, pediátricas e mistas (neonatais e pediátricas) no Brasil que utilizam cânulas traqueais com balonete na prática clínica, e descrever as características relacionadas à utilização de protocolos e monitoração. Métodos:
Para identificação das unidades de terapia intensiva no Brasil, foi acessado o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, e foram obtidas informações de 693 unidades de terapia intensiva cadastradas. Trata-se de estudo transversal analítico do tipo survey realizado por questionário eletrônico enviado para 298 unidades de terapia intensiva neonatais, pediátricas e mistas do Brasil. Resultados:
Este estudo analisou 146 questionários (49,3% de unidades de terapia intensiva neonatais, 35,6% de unidades de terapia intensiva pediátricas e 15,1% de unidades de terapia intensiva pediátricas mistas). A maioria das unidades participantes (78/146) utilizou cânulas traqueais com balonete, com predomínio de uso nas unidades de terapia intensiva pediátricas (52/78). A maioria das unidades que utilizou cânulas traqueais com balonete aplicou protocolo de monitoração da pressão do balonete (45/78). O uso de protocolos de monitoração do balonete foi observado nas unidades de terapia intensiva com Serviço de Fisioterapia exclusivo da unidade (38/61) e naquelas com tempo de atuação do fisioterapeuta 24 horas/dia (25/45). A causa de falha de extubação mais frequentemente relacionada ao uso de cânulas traqueais com balonete em unidades de terapia intensiva pediátricas foi a obstrução de vias aéreas superiores. Conclusão:
Nesta enquete, houve predomínio do uso de cânulas traqueais com balonete e da aplicação de protocolo de monitoração da pressão do balonete em unidades de terapia intensiva pediátricas. A utilização de protocolo de monitoração foi mais frequente em unidades de terapia intensiva com fisioterapeuta exclusivo e com tempo de atuação 24 horas/dia.
ABSTRACT Objective:
To identify the neonatal, pediatric and mixed (neonatal and pediatric) intensive care units in Brazil that use cuffed tracheal tubes in clinical practice and to describe the characteristics related to the use of protocols and monitoring. Methods:
To identify the intensive care units in Brazil, the Ministry of Health's National Registry of Health Facilities was accessed, and information was collected on 693 registered intensive care units. This was an analytical cross-sectional survey conducted through electronic questionnaires sent to 298 neonatal, pediatric and mixed intensive care units in Brazil. Results:
This study analyzed 146 questionnaires (49.3% from neonatal intensive care units, 35.6% from pediatric intensive care units and 15.1% from mixed pediatric intensive care units). Most of the participating units (78/146) used cuffed tracheal tubes, with a predominance of use in pediatric intensive care units (52/78). Most of the units that used cuffed tracheal tubes applied a cuff pressure monitoring protocol (45/78). The use of cuff monitoring protocols was observed in intensive care units with a physical therapy service exclusive to the unit (38/61) and in those with a physical therapist present 24 hours/day (25/45). The most frequent cause of extubation failure related to the use of cuffed tracheal tubes in pediatric intensive care units was upper airway obstruction. Conclusion:
In this survey, the use of cuffed tracheal tubes and the application of a cuff pressure monitoring protocol was predominant in pediatric intensive care units. The use of a monitoring protocol was more common in intensive care units that had a physical therapist who was exclusive to the unit and was present 24 hours/day.