Déficit funcional em crianças com cardiopatias congênitas submetidas à correção cirúrgica após alta da unidade de terapia intensiva
Functional deficit in children with congenital heart disease undergoing surgical correction after intensive care unit discharge

Rev. bras. ter. intensiva; 32 (2), 2020
Publication year: 2020

RESUMO Objetivo:

Avaliar a funcionalidade de pacientes pediátricos submetidos à correção cirúrgica de cardiopatia congênita após a alta da unidade de terapia intensiva e as possíveis correlações com variáveis clínicas e risco cirúrgico.

Métodos:

Estudo transversal, que incluiu crianças entre 1 mês e 18 anos incompletos, que realizaram cirurgia para correção de cardiopatia congênita, no período de outubro de 2017 até maio de 2018. A avaliação da funcionalidade foi realizada por meio da Functional Status Scale, a avaliação do risco cirúrgico se deu pelo Risk Adjustment for Congenital Heart Surgery-1 (RACHS-1), e as variáveis clínicas foram obtidas do prontuário eletrônico.

Resultados:

A amostra foi composta de 57 crianças, com mediana de idade de 7 (2 - 17) meses, sendo 54,4% do sexo masculino. Dentre as crianças, 75,5% apresentaram alteração na funcionalidade, e 45,6% delas tiveram disfunção moderada. Cerca de 47% da amostra apresentou classificação RACHS-1 > 3, indicando maior risco cirúrgico. Maior déficit funcional foi associado a crianças mais novas, com maior duração da ventilação mecânica invasiva e do tempo de internação na unidade de terapia intensiva. Além disso, maior grau de disfunção foi observado entre aqueles classificados com RACHS-1 > 3.

Conclusão:

A prevalência de disfunção foi elevada em crianças e adolescentes com cardiopatia após cirurgia cardíaca. Maior risco cirúrgico, duração da ventilação mecânica invasiva, permanência na unidade de terapia intensiva e os mais jovens apresentaram associação com pior desempenho funcional.

Abstract Objective:

To evaluate the functional status of pediatric patients undergoing congenital heart surgery after discharge from the intensive care unit, and to evaluate the correlations among clinical variables, functional status and surgical risk.

Methods:

Cross-sectional study including patients aged 1 month to less than 18 years undergoing congenital heart surgery between October 2017 and May 2018. Functional outcome was assessed by the Functional Status Scale, surgical risk classification was determined using the Risk Adjustment for Congenital Heart Surgery-1 (RACHS-1), and clinical variables were collected from electronic medical records.

Results:

The sample comprised 57 patients with a median age of 7 months (2 - 17); 54.4% were male, and 75.5% showed dysfunction, which was moderate in 45.6% of the cases. RACHS-1 category > 3 was observed in 47% of the sample, indicating higher surgical risk. There was a correlation between functional deficit and younger age, longer duration of invasive mechanical ventilation and longer intensive care unit stay. Moreover, greater functional deficit was observed among patients classified as RACHS-1 category > 3.

Conclusion:

The prevalence of functional deficit was high among children and adolescents with congenital heart disease after cardiac surgery. Higher surgical risk, longer duration of invasive mechanical ventilation, longer intensive care unit stay and younger age were correlated with worse functional status.

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