Uma análise da articulação da saúde mental com a atenção básica
An analysis of mental health articulation with primary care
Un análisis de la articulación de la salud mental con la atención básica

Rev. baiana saúde pública; 43 (Supl. 1), 2019
Publication year: 2019

A atenção básica tem como um dos grandes desafios trabalhar, no seu contexto, demandas relacionadas à saúde mental. O redirecionamento do modelo assistencial da saúde nos últimos anos no Brasil permitiu um cuidado em saúde mental de forma mais ampliada a partir de uma ótica de territorialização. Essa articulação, mesmo considerando propostas previstas pela Reforma Sanitária e pela Reforma Psiquiátrica no país, vem apresentando algumas limitações para a sua plena efetivação. O pouco manejo no que diz respeito às demandas de saúde mental por parte de alguns profissionais de saúde da atenção básica – devido muitas vezes a seu processo de formação – e a resistência e estigmas em relação à temática também se apresentam como pontos importantes de fragilidade no cuidado. Assim, este artigo tem como objetivo analisar a importância da articulação da atenção básica com a saúde mental, abarcando suas limitações e suas possibilidades estratégicas. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica, de caráter exploratório, qualitativo e não sistemático. Diante de tal discussão, aponta-se o apoio matricial como uma estratégia possível na efetivação do cuidado corresponsabilizado entre a rede especializada e a atenção básica, fortalecendo a resolutividade e a qualidade dos serviços ofertados em saúde. Conclui-se que o processo de construção coletiva, utilizando os dispositivos de cuidado da Rede de Atenção à Saúde, assim como os recursos comunitários e intersetoriais, deve sempre ser considerado para a consolidação e transformação do cuidado em saúde mental articulado com a atenção básica.
One of the main challenges of primary care is to work with demands related to Mental Health. The redirection of the health care model in recent years in Brazil has allowed for broader mental health care from a territorial perspective. This articulation, even considering proposals foreseen by the Sanitary Reform and the Psychiatric Reform in the country, has presented some limitations for its full execution. The lack of management with mental health demands on the part of some primary care professionals, often due to their formation process, resistance and stigmas regarding the subject, also functions as an important point of fragility in caring. This paper thus analyzes the importance of the articulation between primary care and mental health, its limitations, and strategic possibilities. For this, an exploratory, qualitative and non-systematic bibliographic review was performed. Matrix support may serve as a possible strategy in the implementation of the responsibility shared between the Specialized Network and primary care, strengthening the resolution and quality of services offered in health. The results show that the collective construction process, with help of care devices provided by the Health Care Network, as well as community and intersectoral resources, should always be considered for the consolidation and transformation of mental health care articulated with primary care.
Uno de los grandes desafíos de la atención básica es trabajar con las demandas relacionadas a la salud mental. La redirección del modelo asistencial de la salud en los últimos años en Brasil permitió un cuidado en salud mental de manera más amplia, a partir de una perspectiva de territorialización. Esa articulación, aunque tenga en cuenta las propuestas previstas por la Reforma Sanitaria y la Reforma Psiquiátrica en el país, viene presentando algunos impedimentos para su plena efectividad. El poco manejo de las demandas de salud mental por parte de algunos profesionales de la salud de atención básica, debido muchas veces a su proceso de formación, así como la resistencia y estigmas relacionados a la temática también se presentan como puntos importantes de fragilidad en el cuidado. El presente artículo tiene como objetivo analizar la importancia de la articulación de la atención básica con la salud mental, abarcando sus limitaciones y posibilidades estratégicas. Para ello, se realizó una revisión bibliográfica, de carácter exploratorio, cualitativa y no sistemática. Los resultados apuntan el apoyo matricial como una estrategia posible para la efectividad del cuidado corresponsabilizado entre la red especializada y la atención básica, fortaleciendo la capacidad de resolución y la calidad de los servicios ofertados en salud. Se concluye que el proceso de la construcción colectiva, utilizando los dispositivos de cuidado de la red de atención a la salud, y los recursos comunitarios e intersensoriales deben siempre considerarse para la consolidación y transformación del cuidado en salud mental articulado con la atención básica.

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