Psicanálise crítica: a escuta do sofrimento psíquico e suas implicações sociopolíticas
Critical psychoanalysis: psychic suffering listening and its socio-political implications
Psicoanálisis crítico: la escucha del sufrimiento psíquico y sus implicaciones sociopolíticas

Psicol. ciênc. prof; 40 (), 2020
Publication year: 2020

O processo de constituição psíquica é perpassado por discursos identificantes que modelam a imagem de si. Esse psiquismo é formado dentro de uma família pertencente a determinado grupo social. A partir da análise do conceito freudiano de mal-estar e do contrato narcísico de Aulagnier, investigamos as lógicas estabelecidas entre o sujeito e a conjuntura social. O reinvestimento narcísico pós-Édipo se pauta no Ideal-de-Eu construído a partir das interdições e dos ideais parentais e socioculturais. Discursos identificatórios hegemônicos, que ressaltam a normatividade nas identidades sexuais, de gênero, étnicas e etárias, constroem identificações marcadas pela exclusão. Pensar nos modos de identificação na contemporaneidade implica assumir que os elementos formadores dessa identidade provêm da história de vida e dos processos histórico-sociais. Neste artigo, analisamos o sofrimento sociopsíquico a partir da narrativa de uma participante de um projeto de pesquisa realizado em centro de atendimento psicológico de uma universidade pública. Foram realizadas entrevistas individuais, cuja escuta clínica nos propiciou compreender as implicações sociais e políticas do sofrimento psíquico do sujeito em desamparo social. Para tanto, nos apoiamos em conceitos da psicanálise e da análise do discurso crítica para a análise das entrevistas. Observamos que o processo de exclusão social escancara o engodo do pacto social no qual o sujeito é desinvestido e lançado no desamparo. Nesse contexto, a experiência narrada e a escuta analítica crítica podem se estabelecer como estratégias de resistência ante a exclusão social...(AU)
The psyche constitution is permeated by identifying discourses that shape the image of itself. This psyche is constituted within a family belonging to a specific social group. By analyzing the Freudian concept of malaise and Aulagnier’s ‘narcissistic contract’, we investigate the logic between the subject and the social context. The narcissistic reinvestment after Oedipus happens according to the Ideal-of-Ego constructed from the parental and social interdictions, but also following ideational cultural and parental introjection. Hegemonic identificatory discourses that emphasize normativity in sexual, gender, ethnic and age identities construct identities marked by exclusion. Thinking about the modes of identification in contemporaneity implies assuming that the elements that form this identity come from the history of life and social-historical processes. We analyzed the socio-psychic suffering from listening to the narrative of a participant in a research project carried out in a psychological care center of a public university. Individual interviews were conducted whose clinical listening enabled us to understand the social and political implications that constitute the psychic suffering of the subject in social neglect. We rely on concepts of Psychoanalysis and Critical Discourse Analysis that provided us with subsidies for the analysis of interviews. We observe that the process of social exclusion has eluded the deception of the social pact in which the subject is disinvested and cast into helplessness. In this context, narrative experience and critical analytical listening can be established as strategies of resistance to social exclusion...(AU)
La constitución psíquica es atravesada por discursos identificadores que modelan la imagen de sí. Este psiquismo se constituye dentro de una familia perteneciente a cierto grupo social. A partir del análisis del concepto freudiano del malestar y del “contrato narcisista” de Aulagnier, analizamos las lógicas establecidas entre el sujeto y la coyuntura social. La reinversión narcisista después del Edipo se basa en el Ideal-de-Yo construido a partir de prohibiciones y ideales parentales y socioculturales. Los discursos identificatorios hegemónicos que resaltan la normatividad en las identidades sexuales, de género, étnicas y de edad construyen identificaciones marcadas por la exclusión. Pensar en los modos de identificación en la contemporaneidad implica asumir que los elementos formadores de esa identidad provienen de la historia de vida y de los procesos histórico-sociales. En este artículo, analizamos el sufrimiento sociopsíquico desde la escucha de la narrativa de una participante de un proyecto de investigación realizado en centro de atención psicológica de una universidad pública. Se realizaron entrevistas cuya escucha clínica nos propició comprender las implicaciones sociales y políticas que constituyen el sufrimiento psíquico del sujeto en desamparo social. Apoyamos en conceptos del Psicoanálisis y del Análisis del Discurso Critico para analizar las entrevistas. Observamos que el proceso de exclusión social desvela el engaño del pacto social en el cual el sujeto es desinvestido y lanzado en el desamparo. En ese contexto, la experiencia narrada y la escucha analítica crítica pueden establecerse como estrategias de resistencia ante la exclusión social...(AU)

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