Femina; 48 (12), 2020
Publication year: 2020
Objetivo:
Este estudo teve como principal objetivo estimar a prevalência de sífilis
gestacional e fatores associados à infecção em uma Maternidade no Sul do Brasil
no ano de 2018. Métodos:
Trata-se de estudo descritivo, transversal, retrospectivo,
no qual foram avaliados os testes rápidos para sífilis de todas as gestantes internadas para atenção ao parto ou ao abortamento na Maternidade Carmela Dutra
no ano de 2018. Nos casos confirmados de sífilis, foram obtidos dados epidemiológicos, adequação do tratamento, coinfecção pelo HIV e resultados gestacionais.
Resultados:
Entre os prontuários analisados, 161 (3,6%) foram considerados casos
de sífilis materna. A média de idade das gestantes foi de 27,98 (±6,65), 54 (33,5%)
eram primigestas, 114 (70,8%) se declararam brancas, 125 (77,5%) estavam em uma
união estável e 85 (52,7%) tinham escolaridade até o ensino médio. Quanto ao
tratamento, 71 (44%) trataram de maneira adequada e 90 (56%), de maneira inadequada, e 44 (27,3%) delas realizaram o diagnóstico apenas no momento da internação hospitalar. Entre as pacientes que realizaram tratamento inadequado de
sífilis, 28 (53,4%) apresentaram títulos iguais ou superiores a 1:8. Entre as pacientes
que realizaram teste rápido para HIV na internação, 5 (3,7%) apresentaram coinfecção com a doença. Com relação ao tratamento dos parceiros no pré-natal, 11,8%
não realizaram nenhum tipo de tratamento, porém em 66 (41%) prontuários não
constava essa informação. Com relação ao desfecho neonatal, 5 (7,4%) pacientes
com tratamento inadequado para sífilis tiveram parto prematuro, 5 (7,4%) recém-
-nascidos foram de baixo peso e 22 (24,5%) pacientes apresentaram abortamento
da gestação. Conclusão:
A alta taxa de tratamentos inadequados sugere falhas na
assistência pré-natal e indica serem necessárias novas estratégias para reduzir a
transmissão de sífilis na gestação.(AU)
Objective:
The aim of this study is to estimate the prevalence of maternal syphilis and
factors associated with the infection in Carmela Dutra Maternity in 2018. Methods:
This is a descriptive, cross-sectional and retrospective study. All of the syphilis rapid-tests on pregnant women admitted for childbirth or miscarriage assistance at Carmela Dutra Maternity in 2018 were evaluated. In the cases of confirmed syphilis infection, the variables were epidemiological data, adequacy of treatment, HIV coinfection
and gestational outcomes. Results:
Out of all the medical records analyzed, 161 (3.6%)
were considered maternal syphilis (MS). The average age of the pregnant women
was 27.98 (± 6.65), 54 (33.5%) were primigestae, 114 (70.8%) declared themselves white,
125 (77.5%) were in a stable relationship and 85 (52.7%) had a high school education.
Regarding treatment, 71 (44%) were treated adequately and 90 (56%) inadequately.
Forty-four (27.3%) were diagnosed only at the time of hospitalization. Amongst patients who had inadequate syphilis treatment, 28 (53.4%) had titers equal to or greater
than 1:8. Amongst patients who underwent rapid HIV testing during hospitalization, 5 (3.7%) had HIV coinfection. Regarding the partners treatment
during prenatal, 11.8% did not receive any treatment, but 66
(41%) of the medical records did not contain this information.
Regarding neonatal outcome, 5 (7.4%) of patients with inadequate treatment for syphilis had premature birth, 5 (7.4%) of
newborns were underweight and 22 (24.5%) had miscarriages.
Conclusion:
The high rate of inadequate treatment suggests
failure in prenatal care and indicates that new strategies are
necessary to reduce syphilis transmission during pregnancy.(AU)