J. bras. econ. saúde (Impr.); 12 (3), 2020
Publication year: 2020
Objetivo:
Analisar o custo-efetividade da trombólise com alteplase no tratamento de acidente vascular isquêmico (AVCi) agudo em até 4,5 horas após início dos sintomas em comparação com tratamento clínico conservador, sob a perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Métodos:
Construiu-se um modelo de Markov para simular o tratamento de AVCi agudo e suas consequências em curto e longo prazo. Foram conduzidas análises de custo-efetividade (anos de vida ganhos, AVG) e custo-utilidade (anos de vida ajustados pela qualidade de vida, QALY), considerando um horizonte temporal de tempo de vida. Parâmetros de eficácia e segurança foram obtidos em uma metanálise de dados individuais, considerando tratamento em até 3 horas e 3-4,5 horas. Os custos agudos e crônicos foram obtidos por análise secundária de dados de um hospital público brasileiro e expressos em reais (R$). Foram conduzidas análises de sensibilidade determinística e probabilística. Utilizou-se como limiar de disposição a pagar (LDP) 1 PIB (produto interno bruto) per capita para 2019 no Brasil (R$ 31.833,50). Resultados:
O tratamento com alteplase vs. conservador resultou em incremento de 0,22 AVG, 0,32 QALY e R$ 4.320,12 em custo, com razão de custo-efetividade incremental (RCEI) estimada em R$ 19.996,43/AVG e R$ 13.383,64/QALY. Ambas as estimativas foram mais sensíveis a variações na efetividade e nos custos de tratamento agudo com alteplase. Para RCEI/AVG e RCEI/QALY, 70,7% e 93,1% das simulações na análise de sensibilidade probabilística estavam abaixo do LDP, respectivamente. Conclusões:
O tratamento com alteplase até 4,5 horas após o início dos sintomas tem elevada probabilidade de ser custo-efetivo na perspectiva do SUS.
Objective:
To assess the cost-effectiveness of thrombolysis with alteplase for the treatment of
acute ischemic stroke up to 4.5 hours after the onset of symptoms as compared to conservative
medical treatment from the perspective of the Brazilian Public Health System. Methods:
A Markov
model was used to simulate the treatment of acute stroke and the associated short- and long-term consequences. Cost-effectiveness (life-years gained, LYG) and cost-utility (quality-adjusted life years, QALY) analyses were performed considering a lifetime horizon. Efficacy and safety parameters were obtained from a meta-analysis of individual data, considering treatment within 3 hours and 3-4.5 hours after the onset of symptoms. Acute and chronic costs were derived from a secondary analysis of data obtained from a Brazilian public hospital and expressed in Brazilian reais (R$). Probabilistic and deterministic sensitivity analyses were performed. The willingness to pay threshold (WPT) was established as 1 GDP per capita for 2019 in Brazil (R$ 31,833.50). Results:
Treatment with alteplase vs. conservative medical treatment was associated with an increase of 0.22 in LYG, 0.32 in QALY, and R$ 4,320.12 in cost. The incremental cost-effectiveness ratio (ICER) was estimated as R$ 19,996.43/LYG and R$ 13,383.64/QALY. Variations in effectiveness and costs of acute alteplase treatment had the greatest impact on sensitivity analyses. Considering ICER/LYG and ICER /QALY, 70.7% and 93.1% of the simulations in probabilistic sensitivity analysis were below the WPT, respectively. Conclusions:
Treatment with alteplase up to 4.5 hours after the onset of symptoms has a high probability of being cost-effective from the perspective of the Brazilian Public Health System.