Arq. bras. cardiol; 115 (5), 2020
Publication year: 2020
Resumo Fundamentos:
Poucos estudos discutiram causas para o subtratamento medicamentoso na SCA. Objetivos:
Avaliar a não-administração e suspensão de medicamentos durante o tratamento intra-hospitalar da SCA na Estratégia de Registro de Síndrome Coronariana Aguda (estudo ERICO). Métodos:
Analisamos prontuários de 563 participantes ERICO para avaliar a frequência e motivos da não administração e/ou suspensão de medicamentos. Construímos modelos de regressão logística para avaliar se sexo, idade ≥65 anos, nível educacional ou subtipo de SCA estavam associados com (a) não administração de ≥1 medicamentos; e (b) não administração ou suspensão de ≥1 medicamentos. O nível de significância foi 5%. Resultados:
A amostra é composta por 58,1% de homens e com idade mediana de 62 anos. Em 183 (32,5%) participantes ≥1 medicamentos não foram administrados e 288 (51,2%) apresentaram ≥1 medicamentos não administrados ou suspensos. As causas mais frequentes foram risco de sangramento (aspirina, clopidogrel e heparina), insuficiência cardíaca (betabloqueadores) e hipotensão (inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores da angiotensina). Indivíduos com idade ≥65 anos (razão de chances [RC]:1,51; intervalo de confiança de 95% [IC95%]:1,05-2,19) e com angina instável (RC:1,72; IC95%:1,07-2,75) tiveram maior chance de não-administração. Considerando apenas pacientes com infarto do miocárdio, idade ≥65 anos foi associada tanto à não administração quanto à não administração ou suspensão. Conclusões:
A não administração ou suspensão de ≥1 medicamento não foi rara no estudo ERICO. Indivíduos com idade ≥65 anos ou com angina instável tiveram maior chance de não administração e podem ser subtratados nesse cenário.
Abstract Background:
Few studies have discussed the reasons for pharmacological undertreatment of Acute Coronary Syndrome (ACS). Objectives:
To determine the frequency and reasons for the non-administration and suspension of medications during in-hospital treatments of ACS in the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO) study. Methods:
The present study analyzed the medical charts of the 563 participants in the ERICO study to evaluate the frequency and reasons for the non-administration and/or suspension of medications. Logistic regression models were built to analyze if sex, age ≥65 years of age, educational level, or ACS subtype were associated with (a) the non-administration of ≥1 medications; and (b) the non-administration or suspension of ≥1 medications. The significance level was set at 5%. Results:
This study's sample included 58.1% males, with a median of 62 years of age. In 183 (32.5%) participants, ≥1 medications were not administered, while in 288 (51.2%), ≥1 medications were not administered or were suspended. The most common reasons were the risk of bleeding (aspirin, clopidogrel, and heparin), heart failure (beta blockers), and hypotension (angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers). Individuals aged ≥65 (odds ratio [OR]:1.51; 95% confidence interval [95% CI]:1.05-2.19) and those with unstable angina (OR:1.72; 95% CI:1.07-2.75) showed a higher probability for the non-administration of ≥1 medication. Considering only patients with myocardial infarction, being ≥65 years of age was associated with both the non-administration and the non-administration or suspension of ≥1 medication. Conclusions:
Non-administration or suspension of ≥1 medication proved to be common in this ERICO study. Individuals of ≥65 years of age or with unstable angina showed a higher probability of the non-administration of ≥1 medication and may be undertreated in this scenario. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(5):830-839)