Violence against pregnant women and associated factors in the city of Governador Valadares
Violência contra a gestante e fatores associados no município de Governador Valadares
Rev. saúde pública (Online); 54 (), 2020
Publication year: 2020
ABSTRACT OBJECTIVE To characterize violence against women during pregnancy and to verify its association with socioeconomic, demographic, obstetric, behavioral factors, health care and diseases during pregnancy. METHODS Cross-sectional study carried out with puerperal women whose birth took place at the Municipal Hospital of Governador Valadares, in Minas Gerais, from May 2017 to July 2018. Data collection was performed through interviews, and complementary information was obtained by analyzing the prenatal file and medical records. For data analysis, logistic regression was used. RESULTS The total of 771 puerperal women participated in the study. Of these, 62 (8.0%) reported having suffered physical, psychological or sexual violence during pregnancy. The pregnant women most likely to have suffered violence were alcohol dependent (OR = 4.97; 95%CI 2.30-10.75; p < 0.001), those who did not perform prenatal care (OR = 3.88; 95%CI 1.00-15.09; p = 0.050), those who used health services in an emergency during pregnancy (OR = 2.47; 95%CI 1.42-4.30; p = 0.001) and who had gestational diabetes (OR = 2.59; 95%CI 1.06-6.32; p = 0.037) and sexually transmitted diseases (OR = 3.85; 95%CI 1.41-10.50; p = 0.009). CONCLUSION Violence against pregnant women is associated with behavioral factors and related to health care and diseases during pregnancy. It is essential to recognize factors associated by health professionals through actions to track situations of violence against women since the beginning of prenatal care, in order to enable early intervention.
RESUMO OBJETIVO Caracterizar a violência contra a mulher durante a gestação e verificar a associação com os fatores socioeconômicos, demográficos, obstétricos, comportamentais, de assistência à saúde e doenças na gestação. MÉTODOS Estudo transversal realizado com puérperas cujo parto ocorreu no Hospital Municipal de Governador Valadares, em Minas Gerais, no período de maio de 2017 a julho de 2018. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, e informações complementares foram obtidas pela análise do cartão de pré-natal e prontuário. Para a análise dos dados, foi utilizada regressão logística. RESULTADOS Participaram do estudo 771 puérperas. Dessas, 62 (8,0%) relataram ter sofrido violência física, psicológica ou sexual durante a gestação. As gestantes com maior chance de terem sofrido violência foram as dependentes de álcool (RC = 4,97; IC95% 2,30-10,75; p < 0,001), as que não realizaram o pré-natal (RC = 3,88; IC95% 1,00-15,09; p = 0,050), as que usaram os serviços de saúde de forma emergencial durante a gravidez (RC = 2,47; IC95% 1,42-4,30; p = 0,001) e que apresentaram diabetes gestacional (RC = 2,59; IC95% 1,06-6,32; p = 0,037) e doenças sexualmente transmissíveis (RC = 3,85; IC95% 1,41-10,50; p = 0,009). CONCLUSÃO A violência contra a gestante está associada a fatores comportamentais e relacionados à assistência à saúde e doenças na gestação. É imprescindível o reconhecimento dos fatores associados pelos profissionais de saúde, por meio de ações de rastreamento de situações de violência contra a mulher desde o início do pré-natal, a fim de possibilitar intervenção precoce.