Mycobacterium leprae: aspectos da resistência aos fármacos na poliquimioterapia
Drug resistance in multidrug therapy for Mycobacterium leprae

Arq. ciências saúde UNIPAR; 25 (1), 2021
Publication year: 2021

Introdução:

O diagnóstico da hanseníase possui números significativos que causam preocupação à saúde pública. Os casos de resistência medicamentosa nessa doença se iniciaram em meados dos anos 60 e diante do problema, a Organização Mundial da Saúde instituiu em 1981 a poliquimioterapia, associação dos antibióticos rifampicina, dapsona e clofazimina, tratamento atual de escolha. A resistência aos fármacos na hanseníase é reportada pela literatura, desvelando um obstáculo à sua eliminação. Apresentamos nessa revisão os principais aspectos da resistência medicamentosa no tratamento para hanseníase e seus impactos.

Metodologia:

Revisão sistemática sobre os aspectos da resistência medicamentosa utilizando a pesquisa exploratória como metodologia de abordagem. Foram pesquisados os termos resistência medicamentosa, hanseníase, recidiva, alterações genéticas e os operadores booleanos “and” e “or” na busca.

Resultados e discussão:

A dificuldade de tomar a medicação corretamente foi um dos principais fatores que acarretaram resistência do bacilo Mycobacterium leprae aos fármacos. Homens de países norte e sul-americanos e asiáticos foram os mais atingidos por episódios de resistência. A resistência medicamentosa é uma das principais causas de recidivas em hanseníase. O principal fármaco causador de resistência medicamentosa descrito nos trabalhos foi a dapsona (46,6%) e a maioria das alterações genéticas encontradas estão no gene rpoB; 23,2% dos registros relatados foram de resistência secundária aos fármacos e, também, sete casos de resistência múltipla a esses medicamentos.

Conclusão:

Os principais aspectos da resistência medicamentosa na hanseníase são os equívocos ao ingerir os medicamentos e as alterações genéticas na bactéria. Os impactos causados estão na dificuldade de refazer o tratamento, a possibilidade de nova transmissão e o aparecimento de sintomas mais graves.

Introduction:

The diagnosis of leprosy has significant numbers causing public health concern. Reports of drug resistance in this disease begun in the mid-1960s and due to this problem, the World Health Organization instituted a multidrug therapy with rifampicin, dapsone, and clofazimine antibiotic association in 1981, which is currently the first-choice treatment for leprosy. Cases of drug resistance have been reported in literature, revealing an obstacle to the eradication of the disease. This paper has the purpose of presenting the key aspects and impacts of drug resistance in the treatment for leprosy.

Methods:

Systematic review of the drug resistance aspects using exploratory research as an approach methodology. The authors searched the terms drug resistance, leprosy, recurrence, genetic alterations, and the Boolean operators “and” and “or” between them.

Results and discussion:

The difficulty in taking the medication correctly was one of the key factors that led to drug resistance for Mycobacterium leprae. Men from North and South American, as well as from Asian countries, were the most affected by episodes of resistance. Drug resistance is one of the main causes of leprosy recurrences. Dapsone was the most frequently identified drug resistance in the studies (46.6%), while most of the genetic alterations were found in the rpoB gene; 23.2% of the cases were from secondary resistance episodes, and seven cases of multiple resistance were reported.

Conclusion:

The misconceptions when taking the treatment and the Mycobacterium leprae genetic alterations have been described as the key aspects of drugs resistance in leprosy and the impacts caused are the difficulty in redoing the treatment, the possibility of new transmission, and the appearance of more severe symptoms.

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