O lazer e as (i) mobilidades: reflexões sobre as desigualdades em tempos de pandemia
Leisure and (i) mobilities: reflections on inequalities in pandemic times

Licere (Online); 23 (4), 2020
Publication year: 2020

Uma das consequências sociais da Covid-19 foi a alteração nas dinâmicas do trabalho e na forma, na qualidade e na frequência do uso do tempo disponível. O presente artigo tem como objetivo refletir acerca dos impactos da pandemia nas possibilidades de vivência do lazer. Além de considerar a recente produção acadêmica sobre esta temática, analisamos este problema a partir do prisma do Paradigma das Novas Mobilidades. Já há algum tempo, o debate em torno da “justiça de mobilidade” tem atentado para como o regime de intensas mobilidades de poucos pressupunha a imobilidade de muitos. Com a ausência de medidas governamentais que combatessem a contento a disseminação do coronavírus, o isolamento social se mostrou um privilégio na realidade brasileira. Neste sentido, tentamos apontar aqui para um novo equilíbrio na balança da justiça de mobilidade: a imobilidade de poucos só é possível a partir da mobilidade de muitos.
One of the social consequences of Covid-19 was the change in the dynamics of work and also in the form, quality and frequency of the use of available time. This article aims to reflect on the impacts of the pandemic on the possibilities of experiencing leisure. In addition to considering the recent academic production on this theme, we analyzed this problem from the perspective of the New Mobilities Paradigm. For some time now, the debate around “mobility justice” has been focusing on how the regime of intense mobility of the few presupposed the immobility of many. With the absence of government measures to successfully combat the spread of the coronavirus, social isolation proved to be a privilege in the Brazilian reality. In this sense, we try to point here to a new balance of mobility justice: the immobility of the few is only possible from the mobility of the many.

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