Depressão e adesão ao tratamento no Diabetes Mellitus tipo 2
Depression and Treatment Adherence in Type 2 Diabetes Mellitus

Rev. méd. Minas Gerais; 30 (supl.4), 2020
Publication year: 2020

Introdução. O Diabetes Mellitus Tipo 2 possui elevada prevalência no Brasil. Muitos diabéticos apresentam depressão comórbida, e sua presença parece relacionar-se com piora clínica e interferir na adesão ao tratamento da patologia de base. A provável associação das doenças e consequente pior adesão à terapêutica instituída, justifica o empenho para identificar e tratar as duas variáveis em concomitância. Objetivo. Esse estudo visa verificar a possível relação entre sintomas depressivos e aderência à terapêutica instituída no diabetes. Métodos. Estudo transversal realizado no ambulatório de endocrinologia do Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Barbacena e desenvolvido com uma amostra de 134 pacientes.

Instrumentos:

Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD). Resultados. Quando comparados o grupo de pacientes classificados sem depressão ou com depressão leve com o de pacientes com depressão moderada ou grave, verificou-se significância estatística nas variáveis de autocuidado com alimentação e realização de atividades físicas, nas quais as menores médias de dias semanais seguindo recomendação associaram-se ao segundo grupo. Por meio do teste de Spearman entre os escores do BDI e a escala QAD, observa-se que quanto maior os escores da escala de depressão, menor o autocuidado.

Os maiores escores no BDI foram associados à menor adesão nas variáveis:

sexo feminino, indivíduos < 60 anos, casados, hipertensos e naqueles com menos de cinco anos de diagnóstico. Conclusão. Fica evidente a necessidade de uma intervenção psiquiátrica adequada nos que refiram queixas depressivas principalmente quando associadas a um controle metabólico inadequado. (AU)
Introduction. Type 2 Diabetes Mellitus has a high prevalence in Brazil. Many diabetics have comorbid depression, and their presence seems to be related to clinical worsening and interfere with adherence to treatment of baseline pathology. The probable association of the diseases and the consequent worse adherence to the instituted therapy, justifies the effort to identify and treat the two variables concurrently. Objective. This study aims to verify the possible relationship between depressive symptoms and adherence to therapy instituted in diabetes. Methods. Cross-sectional study conducted at the endocrinology clinic at The Teaching Hospital of Barbacena Medical College and developed with a sample of 134 patients. Instruments. Beck Depression Inventory (BDI) and Diabetes Self-Management Questionnaire (DSMQ). Results. When comparing the group of patients classified without depression or mild depression with that of patients with moderate or severe depression, there was statistical significance in the variables of self-care with food and physical activity, in which the lowest averages of weekly days following recommendation were associated with the second group. Through the Spearman test between the BDI scores and the DSMQ scale, it is observed that the higher the scores on the depression scale, the lower the self-care.

The highest BDI scores were associated with lower adherence to the variables:

female gender, individuals <60 years, married, hypertensive and those with less than five years of diagnosis. Conclusion. The need for an appropriate psychiatric intervention is evident in those who report depressive complaints, especially when associated with inadequate metabolic control.(AU)

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