Twin pregnancy after kidney transplantation: case report and systematic review
Gravidez gemelar após transplante renal: relato de caso e revisão sistemática

J. bras. nefrol; 43 (1), 2021
Publication year: 2021

Abstract Background:

Kidney transplantation is associated with fertility restoration in more than 50% of women with chronic kidney disease. Pregnancy after transplantation may affect women's health and fetal development, with higher rates of abortion, fetal growth restriction, and neonatal deaths. Twin pregnancy is a condition of high-risk for adverse maternal and perinatal outcomes, and its occurrence in women with previous kidney transplantation is rare.

Case:

32-year-old woman, recipient of living donor kidney transplantation, with a history of one pregnancy prior to transplantation, with current normal allograft function and no use of contraceptive method. At ten weeks of amenorrhea, ultrasound investigation showed a dichorionic diamniotic twin pregnancy. The following evaluation showed Chiari type II features in one fetus, and no detectable abnormality in the other one. There was appropriate blood pressure control with no need for an antihypertensive drug, and renal function remained normal without proteinuria. Calcium and a low dose of acetylsalicylic acid were used as preeclampsia prophylaxis. At 33 weeks of gestation, she presented premature rupture of membranes with spontaneous preterm labor. A cesarean section was performed due to the breech presentation of the first fetus. The patient persisted with normal graft function and without graft rejection during follow-up.

Discussion and conclusion:

Twin pregnancies after kidney transplantation are rare, and it is most frequently associated with preterm birth. We reported a successful twin pregnancy after kidney transplantation, with good perinatal and maternal outcomes, and without graft rejection or dysfunction.

Resumo Introdução:

O transplante renal está associado à restauração da fertilidade em mais de 50% das mulheres com doença renal crônica. A gravidez após o transplante pode afetar a saúde das mulheres e o desenvolvimento fetal, com taxas mais altas de aborto, restrição de crescimento fetal e óbitos neonatais. A gravidez gemelar é uma condição de alto risco para as mães e de desfechos adversos perinatais, e sua ocorrência em mulheres com transplante renal prévio é rara.

Caso:

mulher de 32 anos de idade, receptora de transplante de rim de doador vivo, com histórico de uma gravidez antes do transplante, com função atual normal do enxerto e sem uso de método contraceptivo. Após 10 semanas de amenorréia, a investigação por ultrassonografia mostrou uma gravidez diamniótica dicoriônica. A avaliação a seguir mostrou características de Chiari tipo II em um feto e nenhuma anormalidade detectável no outro. Houve controle adequado da pressão arterial sem necessidade de medicamento anti-hipertensivo e a função renal permaneceu normal sem proteinúria. Cálcio e uma dose baixa de ácido acetilsalicílico foram usadas como profilaxia pré-eclâmpsia. Com 33 semanas de gestação, apresentou ruptura prematura de membranas com trabalho de parto prematuro espontâneo. Uma cesariana foi realizada devido à apresentação pélvica do primeiro feto. A paciente persistiu com função normal do enxerto e sem rejeição do enxerto durante o seguimento.

Discussão e conclusão:

gestações gemelares após transplante renal são raras e estão mais frequentemente associadas ao parto prematuro. Relatamos uma gravidez bem-sucedida após o transplante renal, com bons desfechos perinatais e maternos e sem rejeição ou disfunção do enxerto.

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