"Como quebrar os padrões sociais?": o racismo no cotidiano de jovens pesquisadores
"How to break social standards?": racism in the daily lives of young researchers
"¿Cómo romper los estándares sociales?": racismo en la vida cotidiana de los jóvenes investigadores

Psicol. ciênc. prof; 40 (spe), 2020
Publication year: 2020

Resumo O presente artigo apresenta uma reflexão crítica sobre as questões raciais e o enfrentamento ao racismo na micropolítica do cotidiano escolar. Nosso objetivo foi analisar o processo de construção e execução de uma investigação feita por estudantes do ensino médio sobre a presença e o combate ao racismo institucional em uma escola pública estadual de Fortaleza (CE). Trabalhamos a partir de uma pesquisa-intervenção (PI) articulada ao referencial teórico-metodológico da Critical Participatory Action Research (CPAR), que balizou a construção de uma "pesquisaCOM" com jovens. Desenvolvemos um curso de formação de jovens pesquisadores para construir uma pesquisa com ferramentas metodológicas em que eles fossem protagonistas na construção, aplicação e análise da pesquisa. Percebemos que o tema do enfrentamento ao racismo na micropolítica do cotidiano escolar teve centralidade no processo de pesquisa que os jovens realizaram entre seus pares. Os resultados apontaram que 30,2% dos secundaristas afirmaram ter sofrido algum tipo de preconceito racial, tais como: preconceito em relação ao cabelo por ser cacheado; ter escutado expressões/apelidos pejorativos por ser negro e não ter boas condições financeiras, além de relatarem não se sentir à vontade para falar sobre o preconceito presente na escola. Assim, a pesquisa realizada pelos jovens, intitulada "Como quebrar os padrões sociais?", contribuiu para a discussão das relações raciais na escola, fomentando deslocamentos na formação de jovens pesquisadores atuantes e implicados no seu cotidiano com a intenção de descolonizar o saber e radicalizar o caráter participativo.
Abstract This article presents a critical reflection on racial issues and the confrontation with racism in the micropolitics of school daily life. Our objective was to analyze the process of construction and execution of an investigation of high school students about the presence and fight against the institutional racism in a state public school of Fortaleza, Ceará. We performed an Intervention Research (IP) in conjunction with the theoretical-methodological framework of Critical Participatory Action Research (CPAR), which guided the construction of a COM research with young people. We created a training course for young researchers to develop research with methodological tools in which they themselves were protagonists in the construction, application and analysis of research. We realize that the theme of confronting racism in the micropolitics of school daily life was central to the research process that the young people conducted among their peers. The results showed that 30.2% of high school students said they had suffered some kind of racial prejudice, such as: prejudice against hair because it was curly; having heard pejorative expressions/nicknames for being black and not having good financial conditions, and reporting not feeling comfortable talking about the prejudice present at school. Thus, the study "How to break social standards?" conducted by young people contributed to the discussion of race relations in school by fostering dislocation in the formation of active young researchers and implicated in their daily lives as an intervention to decolonize knowledge and radicalize participatory character.
Resumen Este artículo presenta una reflexión crítica sobre la temática racial y la confrontación con el racismo en la micropolítica de la vida diaria escolar. Nuestro objetivo fue analizar el proceso de construcción y ejecución de una investigación realizada por estudiantes de secundaria sobre la presencia y la lucha contra el racismo institucional en una escuela pública estadual de Fortaleza, CE. Trabajamos a partir de una Investigación de Intervención (IP) operada con el marco teórico-metodológico de la Investigación de Acción-Participativa Crítica (CPAR), que guio la construcción de una investigaciónCOM con los jóvenes. Desarrollamos un taller de capacitación destinado a jóvenes investigadores para construir investigaciones con herramientas metodológicas en las cuales ellos fueran los protagonistas en la construcción, aplicación y análisis de la investigación. Se observó que confrontar el racismo en la micropolítica de la vida diaria de la escuela fue central en el proceso de investigación que los jóvenes llevaron a cabo entre sus pares. Los resultados mostraron que el 30,2% de los estudiantes de secundaria dijeron haber sufrido algún tipo de prejuicio racial, como: prejuicio contra el cabello porque era rizado; haber escuchado expresiones peyorativas/apodos por ser negro y no tener buenas condiciones financieras, y por no sentirse cómodo hablando sobre el prejuicio presente en la escuela. Por lo tanto, la investigación "¿Cómo romper los estándares sociales?" realizada por jóvenes contribuyó a la discusión sobre las relaciones raciales en la escuela al fomentar las dislocaciones en la formación de jóvenes investigadores activos e implicados en su vida diaria con la intención de descolonizar el conocimiento y radicalizar el carácter participativo.

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