Estilhaçando a máscara do silenciamento: movimentos de (re)existência de estudantes negros/negras
Shattering the mask of silencing: movements of (re)existence of black students
Destrozando la máscara del silenciamiento: movimientos de (re)existencia de estudiantes negros/as

Psicol. ciênc. prof; 40 (spe), 2020
Publication year: 2020

Resumo A pesquisa partiu das inquietações e questionamentos gerados a partir da escuta realizada aos estudantes negros e negras da Universidade Federal de Pelotas no setting terapêutico de estágios curriculares obrigatórios do curso de psicologia. Seu objetivo é compreender os movimentos de (re)existência de estudantes negros e negras em meio a invisibilidade e o silenciamento impostos pelo racismo na perspectiva de contribuir para uma escuta psicológica qualificada. O referencial teórico-metodológico parte do pensamento crítico descolonial. Trata-se de um estudo qualitativo, cuja produção do material empírico ocorreu em abril de 2019. A construção do corpus de análise se deu a partir da realização de entrevistas abertas, gravadas em áudio e transcritas. Participaram das entrevistas quatro estudantes negros e negras que receberam atendimento psicológico pelo projeto de extensão "Diz Aí".

A análise foi organizada em cinco etapas para a identificação de narrativas significativas e que permitiram a sistematização de três eixos temáticos:

a) violência racista e produção de subjetividade; b) (re)existência, permanência e enfrentamento ao racismo na universidade; c) o "Diz Aí" como estratégia de (re)existência. A permanência de estudantes negros e negras no espaço universitário está relacionada com as possibilidades de (re)existência e de enfrentamento à violência racista. O encontro entre iguais, a constituição de coletivos negros e a escuta clínica figuram como importantes estratégias para permanecer e existir na universidade, estilhaçando a máscara do silenciamento.
Abstract The choice of the research theme arose from the concerns and questions originated from listening to black students of Federal University of Pelotas in the therapeutic setting of the Psychology Course compulsory curricular internships. This paper analyzes the movements of black student (re)existence amidst the invisibility and silencing imposed by racism so as to contribute to a qualified psychological listening. The theoretical and methodological framework is based on decolonizing critical thinking. This qualitative study used empirical material produced in April 2019. The corpus of analysis selected was recorded and transcribed open interviews applied to four black students who received psychological care by the project 'Diz Aí' (Say It).

The analysis was organized in five steps to identify meaningful narratives that further allowed systematization into three thematic axes:

(i) Racist violence and production of subjectivity; (ii) (Re)existence, permanence and racism fighting in the university; (iii) The project Say It as a strategy of (re)existence. The permanence of black students in the university space is related to the possibilities of (re)existence and fighting against racist violence. Conversion into equals, the building of black collectives and clinical listening are important strategies that must exist and remain in the university as a way to shatter the silencing mask.
Resumen La elección del tema de la investigación ha partido de las inquietudes y cuestionamientos generados a partir de la escucha realizada a los estudiantes negros y negras de la Universidade Federal de Pelotas en el setting terapéutico de las prácticas curriculares obligatorias del grado de Psicología. Tiene como objetivo comprender los movimientos de (re)existencia de estudiantes negros y negras en medio a la invisibilidad y el silenciamiento impuestos por el racismo, en la expectativa de contribuir a una escucha psicológica calificada. El referente teórico-metodológico parte del pensamiento crítico decolonial. Se trata de un estudio cualitativo, y la recopilación del material se llevó a cabo en abril de 2019. La construcción del corpus de análisis se ha dado a partir de la realización de entrevistas abiertas, grabadas en audio y transcritas. Participaron en las entrevistas cuatro estudiantes negros y negras, que han recibido atendimiento psicológico por el proyecto de extensión "Diz Aí".

El análisis ha sido organizado en cinco etapas para identificar narrativas significativas las cuales han permitido la sistematización en tres ejes temáticos:

a) Violencia racista y producción de subjetividad; b) (Re)existencia, permanencia y afrontamiento al racismo en la universidad; y c) El "Diz Aí" como estrategia de (re)existencia. La permanencia de estudiantes negros y negras en el espacio universitario está relacionada con las posibilidades de (re)existencia y de afrontamiento a la violencia racista. El encuentro entre iguales, la constitución de colectivos negros y la escucha clínica figuran como importantes estrategias para permanecer y existir en la universidad, destrozando la máscara del silenciamiento.

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