Receptiveness to students' presence at gynecological consultations: patients' motives and appraisal of learners' interpersonal communication skills
Receptividade à participação de estudantes em consultas ginecológicas: motivos das pacientes e suas avaliações da comunicação interpessoal dos aprendizes

Rev. bras. educ. méd; 45 (1), 2021
Publication year: 2021

Abstract:

Objective: To assess the expectation that the appraisal of students' interpersonal communication skills in prior appointments affects women's motives for consenting to or dissenting from the presence of a student and thereby their ultimate receptiveness regarding the learner's involvement when participating in gynecological consultations.

Methods:

Face-to-face interviews were used to compile questionnaire data from 469 outpatients at the Brasília University Hospital. We used t-tests to evaluate the differences between the scores of the two motive-related scales of patients with prior experience of student involvement and those of patients without it, as well as contingency analyses to assess the association between the groups of women and an index of their receptiveness to students' participation in the consultation. Moreover, we performed correlation analyses to verify the interrelationships between the scales and the levels of association of these measures with the index of receptiveness as an outcome.

Results:

Compared with inexperienced patients, experienced patients exhibited significantly broader receptiveness to students' participation in consultations (chi-squared = 20.49, df = 3, P < .001; Cramer's V = 209, P < .001). Broader receptiveness was positively correlated (rho = .314, P < .001) with their motivation to consent to and negatively (rho = -.454, P < .001) correlated with their motivation to dissent from students' presence at coming consultations. The motivation to consent was significantly higher (P < .001) in experienced women (M = 4.58, SD = .55, n = 408) than in inexperienced ones (M = 4.31, SD = .68, n = 61). The opposite result was true for the motivation to dissent (M = 2.35, SD = .94 vs. M = 2.70, SD = 1.02; P = .007). Notably, for those 408 women, their appraisals of students' interpersonal communication skills (in a prior consultation) positively correlated (rho = .236, P < .001) with their motivation to consent to and negatively with their motivation to dissent from students' presence (rho = -.208, P < .001).

Conclusion:

The findings have implications for both the patients' role in the gynecological education of medical students and the learners' qualification in the clinical interview and, therefore, for the benefit of women's healthcare.

Resumo:

Objetivo: Este estudo teve como objetivo apurar a expectativa de que o juízo sobre a comunicação interpessoal de estudantes de Medicina em consultas prévias teria impacto nos motivos das pacientes para consentir ou dissentir sua presença e, portanto, na receptividade final quanto à participação de aprendizes numa consulta ginecológica.

Métodos:

Dados de questionário foram compilados por entrevista com 469 pacientes ambulatoriais do Hospital Universitário de Brasília. Construíram-se escalas para medir a avaliação das pacientes sobre a comunicação interpessoal de estudantes, bem como seus motivos para permitir ou não a presença de aprendizes. Utilizaram-se testes t para estabelecer as diferenças entre pacientes com e sem experiência prévia de envolvimento de estudante nos escores das escalas de motivos, realizaram-se análises de contingência para avaliar a associação entre esses grupos de mulheres e adotou-se um índice de sua receptividade à participação de estudantes na consulta. Ademais, foram realizadas análises de correlação para verificar as inter-relações entre as escalas e os níveis de associação dessas medidas com o índice de receptividade como desfecho.

Resultados:

As pacientes experientes quando comparadas às inexperientes exibiram receptividade significativamente mais ampla à participação de estudantes (qui-quadrado = 20,49, df = 3, p < 0,001; V de Cramer = 209, p < 0,001). Essa maior receptividade correlacionou-se positivamente (rho = 0,314, p < 0,001) com a motivação das pacientes para consentimento e negativamente (rho = -454, p < 0,001) com sua motivação para dissentimento da presença de estudantes numa consulta futura. A motivação para consentir foi significativamente maior entre as pacientes experientes (M = 4,58, DP = 0,55, n = 408) em comparação com as inexperientes (M = 4,31, DP = 0,68, n = 61), e o oposto ocorreu na motivação para dissentir (M = 2,35, DP = 0,94 versus M = 2,70, DP = 1,02). Essas diferenças denotaram efeito de tamanho pequeno da experiência com estudante na consulta. Significantemente, a avaliação das pacientes experientes sobre a comunicação interpessoal estudantil em consultas prévias correlacionou-se positivamente (rho = 0,236, p < 0,001, n = 408) com sua motivação para consentimento, ao passo que se correlacionou negativamente (rho = -208, p < 0,001) com sua motivação para dissentimento da presença de estudante.

Conclusão:

Os achados têm implicações para o papel das pacientes na educação ginecológica de estudantes de Medicina e para a qualificação dos aprendizes na entrevista clínica e, portanto, para o benefício da saúde da mulher.

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