Rev. bras. educ. méd; 45 (1), 2021
Publication year: 2021
Resumo:
Introdução: Em tempos de ameaças constantes ao financiamento destinado à manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS), faz-se necessário debruçar o olhar sobre a prática médica, sobretudo no que tange ao alto custo que o emprego desnecessário de exames complementares ocasiona à saúde pública. Objetivo:
Este estudo teve como objetivo analisar as percepções sobre o raciocínio clínico (RC) e as respectivas práticas entre estudantes de Medicina (EM) de uma universidade pública do Nordeste brasileiro. Métodos:
Trata-se de pesquisa qualitativa realizada com 12 EM. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com gravação de áudio. A análise de dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, modalidade análise temática. Resultados:
A maioria dos EM compreendeu o RC como sinônimo de raciocínio diagnóstico, pois os discentes o praticavam como uma junção da utilização de dados da anamnese, do exame físico e de exames complementares, e realizavam raciocínio terapêutico como base em aspectos como diagnóstico do paciente, sintomatologia, comorbidades, alergia e adesão terapêutica. Além disso, os EM demonstraram conhecimento teórico-conceitual superficial sobre o tema. Conclusão:
As percepções e práticas dos EM sobre o RC revelaram aspectos relevantes do contexto prático do internado na referida universidade, os quais podem subsidiar novas discussões e oportunizar a realização de outras pesquisas sobre o tema.
Abstract:
Introduction: In times of constant correction of funding for the maintenance of the Sistema Único de Saúde (SUS), it is necessary to focus on medical practice, especially with regard to the high cost that the unnecessary use of complementary tests causes to public health. Objective:
To analyze perceptions and practices in clinical reasoning (CR) of medical students at a public university in northeastern Brazil. Methods:
Qualitative research, conducted with 12 medical students (MS). Data was collected through semi-structured interviews with audio recording. Data analysis was performed using the method of thematic content analysis. Results:
Most MS understood clinical reasoning as a synonym for diagnostic reasoning, and CR practice as a combination of anamnesis data, physical exam and complementary exams. They perform therapeutic reasoning based on aspects such as patient diagnosis, symptoms, comorbidities, allergies and therapeutic compliance; and demonstrated superficial theoretical-conceptual knowledge of the topic. Conclusion:
The perceptions and practices of MS on CR revealed relevant aspects of the practical context of the internship at the university. The study, therefore, supports new discussions and opportunities for new research on the topic.