Rede de vigilância no monitoramento da Covid-19 na Bahia, Brasil, 2020
Surveillance network for monitoring Covid-19 in Bahia, Brazil, 2020
Red de vigilancia para monitoreo del Covid-19 en Bahía (Brasil, 2020)
Rev. baiana saúde pública; 45 (1, n.esp), 2021
Publication year: 2021
Sindemia é a interação entre duas ou mais doenças, podendo causar danos maiores do que a simples soma dessas. Na Bahia, a chegada do novo coronavírus foi precedida por um contexto epidemiológico alarmante quanto às arboviroses, com aumento exponencial de casos de chikungunya e registro de maior coeficiente de incidência de dengue da última década. Este artigo analisa indicadores e fatores de risco dos agravos para estabelecer interações nas dinâmicas epidemiológicas e o impacto causado nos serviços de saúde. O estudo foi realizado entre as semanas epidemiológicas 11 e 40 de 2020, com dados coletados no e-SUS Notifica, Sivep-Gripe (Covid19), Sinan On-line (chikungunya e dengue) e Sinan Net (zika). As análises foram elaboradas por meio do programa estatístico R versão 3.6.3, incluindo descritiva e de risco relativo entre comorbidades e óbito por Covid-19. No período analisado, observou-se que as maiores incidências para a sindemia ocorreram nas macrorregiões Sul (260.040), Centro Leste (200.135) e Sudoeste (148.130), com destaque para Covid-19 e dengue. Para dengue, as maiores incidências coincidiram com a elevada incidência para Covid-19. A análise multivariada demonstrou que a presença de diabetes, doenças respiratórias, cardíacas e renais aumentaram o risco de óbito por Covid-19. As medidas de prevenção e controle dessas doenças são complexas, considerando que não existem vacinas e drogas específicas. Torna-se, portanto, imprescindível a intensificação de políticas públicas mais abrangentes, voltadas à compreensão da interação entre essas doenças em um contexto social e ambiental caracterizado por profundas desigualdades e que exacerba o impacto das ocorrências simultâneas.
Syndemic is the interaction between two or more diseases that can cause more damage than the simple sum of these. In the state of Bahia, the arrival of the new coronavirus was preceded by an alarming epidemiological context regarding arboviruses, with an exponential increase in cases of chikungunya and a record of the highest coefficient of dengue incidence in the last decade. This article analyzes indicators and risk factors for the diseases to establish interactions in the epidemiological dynamics and the effect on health services. This study was conducted between the epidemiological weeks (EW) 11 and 40 of 2020, with data collected in the e-SUS Notifica, Sivep-Gripe (Covid-19), Sinan online (chikungunya and dengue) and Sinan Net (zika). The analyzes were performed using the statistical program R version 3.6.3, including descriptive and relative risk between comorbidities and death by COVID-19. The highest incidences for the syndemic were observed in the South (260,040), Central East (200,135) and Southwest (148,130) macroregions, especially of Covid-19 and dengue. For dengue, the highest incidences did not coincide with those with a high incidence for COVID19. Multivariate analysis showed that the presence of diabetes, respiratory, heart and kidney diseases increased the risk of death from COVID-19. Prevention and control measures for these diseases are complex, considering that there are no specific vaccines and drugs. More comprehensive public policies, aimed at understanding the interaction of these diseases in a social and environmental context characterized by profound inequalities and that exacerbates the effect of simultaneous occurrences must be intensified.
La sindemia es la interacción entre dos o más enfermedades que pueden causar más daño que la simple suma de estas. En Bahía, la llegada del nuevo coronavirus estuvo precedida de un contexto epidemiológico alarmante en cuanto a los arbovirus, con un aumento exponencial de casos de chikunguña y un récord del mayor coeficiente de incidencia de dengue en la última década. Este artículo analiza indicadores y factores de riesgo de enfermedades para establecer interacciones en la dinámica epidemiológica y el impacto en los servicios de salud. El estudio se realizó entre las semanas epidemiológicas 11 y 40 de 2020, con datos recogidos en el e-SUS Notifica, Sivep-Gripe (Covid-19), Sinan On-line (chikunguña y dengue) y Sinan Net (zika). Los análisis se realizaron utilizando el programa estadístico R versión 3.6.3, incluido el riesgo descriptivo y relativo entre comorbilidades y muerte por Covid-19. En el período analizado, las mayores incidencias para la unión se observaron en las macrorregiones Sur (260.040), Centro Oriente (200.135) y Suroeste (148.130), con énfasis en Covid-19 y dengue. Para el dengue, las incidencias más altas no coincidieron con aquellas con una alta incidencia de Covid-19. El análisis multivariado demostró que la presencia de diabetes, enfermedades respiratorias, cardíacas y renales aumentaba el riesgo de muerte por Covid-19. Las medidas de prevención y control de estas enfermedades son complejas, considerando que no existen vacunas y medicamentos específicos. Por tanto, es fundamental intensificar políticas públicas más integrales, orientadas a comprender la interacción de estas enfermedades en un contexto social y ambiental caracterizado por profundas desigualdades y que agrava el impacto de ocurrencias simultáneas.