Risco-espetáculo: novas modalidades do risco na era digital
Risk-spectacle: new modalities of risk in digital era
Rev. psicol. (Fortaleza, Online); 12 (1), 2021
Publication year: 2021
Este artigo tem como finalidade discutir o engendramento do risco-espetáculo enquanto uma nova modalidade de risco e também como vetor de
subjetivação na contemporaneidade. Neste sentido, o risco-espetáculo se configura como uma leitura possível acerca de um fenômeno da era
digital que tem alcançado enorme popularidade entre o público infanto-juvenil: os desafios do youtube. Muitos desafios se popularizaram ao
serem publicados por famosos youtubers, as celebridades da Internet. Como consequência, jovens e crianças passam a reproduzir tais práticas
em suas casas. Apesar do caráter lúdico e aparentemente seguro, alguns desafios do youtube implicam em risco à saúde e à vida, sendo
enquadrados no rol das brincadeiras perigosas. Estas práticas de risco se desenrolam, na maior parte das vezes, alheias à tutela e à supervisão
da família. Isto nos leva a interrogar que modos de governamentalidade operam no ambiente virtual, de forma a gerir condutas que incidem no
mundo concreto e que modos de subjetivação estão sendo produzidos a partir destas práticas.
This article aims to discuss the engendering of risk-spectacle as a new modality of risk and also as a subjectivation vector in contemporary times.
In this sense, the risk-spectacle is configured as a possible reading about a phenomenon of the digital age that has reached enormous popularity
among the children and youth public: the YouTube challenges. Many challenges become popular when published by famous youtubers, the
Internet celebrities. As a result, young people begin to replicate such practices in their homes. Despite the playful and seemingly safe character,
some youtube challenges imply a risk to health and life, being framed in the roll of dangerous games. These risk-taking practices occur, most of
the time, without the supervision of the family. This leads us to question which kinds of governmentality operate in the virtual environment, in
order to manage conducts that affect the concrete world and which modes of subjectivation are being produced from these practices.