Incidência de doenças infecto contagiosas após surto de H1N1 em hospital de Curitiba
Incidence of infect-contagious diseases after H1N1 outbreak at a hospital in Curitiba
Rev. méd. Paraná; 78 (2), 2020
Publication year: 2020
A pandemia de H1N1 que ocorreu no Brasil em 2009 foi considerada generalizada em julho
deste mesmo ano. Desde o primeiro caso relatado de infecção por Inflenza A, o Ministério da Saúde (MS)
organizou vigilância epidemiológica sobre os casos incidentes e sobre outras doenças infecto contagiosas.
A partir disso, observou-se na prática clínica do serviço de pediatria do Hospital Universitário Evangélico
de Curitiba (HUEC) uma redução na incidência das pneumonias e meningites após o surto de H1N1, em
decorrência das medidas de higiene, prevenção e controle adotadas pelo MS e pela população. O objetivo
do trabalho consistiu em avaliar a incidência das pneumonias, meningites, celulites e bronquiolites, tendo as
infecções de trato urinário (ITUs) como grupo controle, antes e após as informações recebidas pela população
acerca dos cuidados na prevenção do H1N1, que impactaram também nestas doenças. A metodologia
utilizada consistiu na avaliação de 15.258 prontuários do serviço de pediatria do HUEC, a partir dos quais
foram elaborados gráficos e tabelas para se demonstrar a incidência destas doenças no pré-surto (Jan. 2005
- Jul. 2009), pós-surto imediato (Ago. 2009 - Dez. 2014), pós-surto tardio (Jan. 2015 – Dez. 2017) ao H1N1.
Após orientações, observou-se diminuição das meningites (pré-surto=3,7%; pós-surto imediato=1,4%; pós-
-surto tardio=0,9%. P-valor entre pré-surto e pós-surto imediato=0,0000. P-valor entre pós-surto imediato
e tardio=0,0182) e pneumonias (pré-surto=24,6%; pós-surto imediato=9,5%; pós-surto tardio=5,5%. P-valor
entre pré-surto e pós-surto imediato=0,0000. P-valor entre pós-surto imediato e tardio=0,0000), constância e
posterior diminuição das celulites (pré-surto=2,3%; pós-surto imediato=2,3%; pós-surto tardio=1,4%. P-valor
entre pré-surto e pós-surto imediato=0,9061. P-valor entre pós-surto imediato e tardio=0,0001) e aumento
das bronquiolites (pré-surto=0,9%; pós-surto imediato=4,5%; pós-surto tardio=5,1%. P-valor entre pré-surto
e pós-surto imediato=0,0000. P-valor entre pós-surto imediato e tardio=0,1376) e ITUs (pré-surto=0,5%; pós-
-surto imediato=1,5%; pós-surto tardio=4,5%. P-valor entre pré-surto e pós-surto imediato=0,0003. P-valor
entre pós-surto imediato e tardio=0,0000). Conscientizou-se a população acerca da importância na prevenção
da infecção por influenza A H1N1, sendo adotadas medidas de proteção e higiene permanentes, as quais
protegeram também outras doenças infecciosas, como as pneumonias e as meningites.
The H1N1 pandemic that occurred in Brazil in 2009 was considered widespread in July of the same
year. Since the first reported case of Influenza type A infection, the Brazilian Ministry of Health (BMH) has organized
an epidemiologic surveillance of other H1N1 cases and other infect-contagious diseases. A decrease in the incidence
of pneumonia and meningitis has been observed in pediatric department of Evangelical University Hospital of Curitiba
(EUHC), as a result of measures of hygiene, prevention and control adopted by the BMH and the population.
The aim of this paper was to analyze the incidences of pneumonia, meningitis, cellulitis and bronchiolitis before
and after the dissemination of information about the H1N1 preventive measures, that have had an impact on these
diseases. The cases of urinary tract infections were used as a control group. The methodology used in this paper
was to evaluate 15.258 patient files of pediatric department of EUHC from which were elaborated charts and tables
to demonstrate these diseases incidences in the pre-outbreak period (January 2005 to July 2009), early post-outbreak
period (August 2009 to December 2014) and late post-outbreak (January 2015 to December 2017) of the
H1N1. It was observed a decrease in the incidence of meningitis (pre-outbreak=3,7%; early post-outbreak=1,4%; late
post-outbreak=0,9%. P-value between the pre-outbreak and the early post-outbreak=0,0000. P-value between the
pre-outbreak and the late post-outbreak=0,0182) and pneumonia (pre-outbreak=24,6%; early post-outbreak=9,5%;
late post-outbreak=5,5%. P-value between the pre-outbreak and the early post-outbreak=0,0000. P-value between
the pre-outbreak and the late post-outbreak=0,0000). It was observed a stability and a later decrease in the incidence
of cellulitis (pre-outbreak=2,3%; early post-outbreak=2,3%; late post-outbreak=1,4%. P-value between the pre-outbreak
and the early post-outbreak=0,9061. P-value between the pre-outbreak and the late post-outbreak=0,0001).
It was observed an increase in the incidence of bronchiolitis (pre-outbreak=0,9%; early post-outbreak=4,5%; late
post-outbreak=5,1%. P-value between the pre-outbreak and the early post-outbreak=0,0000. P-value between the
pre-outbreak and the late post-outbreak=0,1376) and urinary tract infections (pre-outbreak=0,5%; early post-outbreak=
1,5%; late post-outbreak=4,5%. P-value between the pre-outbreak and the early post-outbreak=0,0003. P-value
between the pre-outbreak and the late post-outbreak=0,0000). The population’s awareness about the importance
of prevention measures to avoid influenza type A H1N1 infection was effective, the protection and hygiene measures
were adopted permanently, which have protected from other infectious diseases, like pneumonia and meningitis