Você iria sozinha? sobre ser mulher e fazer pesquisa de campo no Brasil
Would you go alone? about being a woman and doing field research in Brazil
Licere (Online); 24 (1), 2021
Publication year: 2021
Este artigo propõe reflexões a respeito da condição e das aprendizagens das mulheres na realização de trabalhos de campo. Tomando como ponto de partida a análise dos registros de campo de três pesquisadoras da UFMG - com pesquisas etnográficas em lazer e educação - o artigo estabelece o diálogo entre as experiências de pesquisas das autoras e a produção acadêmica mais ampla, sobretudo, com os estudos decoloniais, feminismo, produção acadêmica das mulheres, vulnerabilidade e violência de gênero. O trabalho sinaliza reflexões sobre o fazer científico das mulheres e seus desdobramentos no contexto de uma ciência hegemonicamente masculina/branca/hetero. Além de apontar as desigualdades de gênero no meio acadêmico, os receios e as possíveis contribuições das mulheres nas pesquisas, o artigo propõe reflexões sobre a importância de construção de alternativas para a reversão do quadro atual.
This article proposes reflections on the condition and learning process of
women researchers who challenge themselves to carry out fieldwork. Taking as a
starting point the field records of three UFMG women researchers - with ethnographic
researches in the areas of leisure and education - the article establishes a dialogue
between the authors' research experiences and the broader academic production,
especially with decolonial studies, feminism, women's academic production, gender
vulnerability and violence. The work signals reflections on the scientific work of
women and their developments in the context of a hegemonically male / white /
heterosexual science. In addition to pointing out gender inequalities in academia,
women's fears and possible contributions to research, the article proposes reflections on
the importance of building a path that allows a reversal of the current situation.