Esfincterotomia isolada versus esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar no tratamento de fístulas biliares: 10 anos de experiência de um hospital quaternário
Sphincterotomy alone versus sphincterotomy and biliary stent placement in the treatment of bile leaks: 10 year experience at a quaternary hospital

Arq. gastroenterol; 58 (1), 2021
Publication year: 2021

ABSTRACT BACKGROUND:

Hepatobiliary surgery and hepatic trauma are frequent causes of bile leaks and this feared complication can be safely managed by endoscopic retrograde cholangiopancreatography (ERCP). The approach consists of sphincterotomy alone, biliary stenting or a combination of the two but the optimal form remains unclear.

OBJECTIVE:

The aim of this study is to compare sphincterotomy alone versus sphincterotomy plus biliary stent placement in the treatment of post-surgical and traumatic bile leaks.

METHODS:

We retrospectively analyzed 31 patients with the final ERCP diagnosis of "bile leak". Data collected included patient demographics, etiology of the leak and the procedure details.

The treatment techniques were divided into two groups:

sphincterotomy alone vs. sphincterotomy plus biliary stenting. We evaluated the volume of the abdominal surgical drain before and after each procedure and the number of days needed until cessation of drainage post ERCP.

RESULTS:

A total of 31 patients (18 men and 3 women; mean age, 51 years) with bile leaks were evaluated. Laparoscopic cholecystectomy was the etiology of the leak in 14 (45%) cases, followed by conventional cholecystectomy in 9 (29%) patients, hepatic trauma in 5 (16%) patients, and hepatectomy secondary to neoplasia in 3 (9.7%) patients. The most frequent location of the leaks was the cystic duct stump with 12 (38.6%) cases, followed by hepatic common duct in 10 (32%) cases, common bile duct in 7 (22%) cases and the liver bed in 2 (6.5%) cases. 71% of the patients were treated with sphincterotomy plus biliary stenting, and 29% with sphincterotomy alone. There was significant difference between the volume drained before and after both procedures (P<0.05). However, when comparing sphincterotomy alone and sphincterotomy plus biliary stenting, regarding the volume drained and the days needed to cessation of drainage, there was no statistical difference in both cases (P>0.005).

CONCLUSION:

ERCP remains the first line treatment for bile leaks with no difference between sphincterotomy alone vs sphincterotomy plus stent placement.

RESUMO CONTEXTO:

Cirurgia hepatobiliar e trauma hepático são causas frequentes de fístulas biliares, e esta temida complicação pode ser manejada de forma segura através da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). O procedimento consiste em esfincterotomia isolada, passagem de prótese biliar ou combinação das duas técnicas, porém a forma ideal permanece incerta.

OBJETIVO:

O objetivo desse estudo é comparar a realização de esfincterotomia isolada versus locação de prótese biliar no tratamento de fístulas pós-cirúrgicas e traumáticas.

MÉTODOS:

Foram analisados de forma retrospectiva 31 CPREs com diagnóstico final de "fístula biliar". A informação colhida incluía dados demográficos dos pacientes, etiologia das fístulas e detalhes dos procedimentos.

As técnicas de tratamentos foram divididas em dois grupos:

esfincterotomia isolada vs esfincterotomia associada a locação de prótese biliar. Foram analisados os volumes dos drenos abdominais cirúrgicos antes e depois de cada procedimento e o número de dias necessários para que ocorresse cessação da drenagem pelo dreno abdominal cirúrgico após a CPRE.

RESULTADOS:

Um total de 31 pacientes (18 homens e 3 mulheres; idade média de 51 anos) com fístulas biliares foram avaliados. Colecistectomia laparoscópica foi a etiologia da fístula em 14 (45%) casos, seguida de colecistectomia convenvional em 9 (29%) pacientes, trauma hepático em 5 (16%) pacientes, e hepatectomia secundária a neoplasia em 3 (9,7%) pacientes.

As localizações mais frequentes das fístulas foram:

coto do ducto císticos com 12 (38,6%) casos, seguido de ducto hepático comum em 10 (32%) casos, ducto colédoco em 7 (22%) cases e leito hepático em 2 (6,5%) casos. 71% dos pacientes foram tratados com esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar e 29% com esfincterotomia isolada. Houve diferença estatística em relação ao volume drenado antes e depois de ambos os procedimentos (P<0,05). Entretanto, quando comparada esfincterotomia isolada e esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar, em relação ao volume drenado e ao número de dias necessários para cessação da drenagem, não houve diferença estatística em ambos os casos (P>0,005).

CONCLUSÃO:

A CPRE permanece como tratamento de primeira linha no tratamento de fístulas biliares, sem diferença entra a esfincterotomia isolada versus esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar.

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