Aceitação das mudanças no manejo dos pacientes com pancreatite aguda após a revisão da Classificação de Atlanta
The acceptance of changes in the management of patients with acute pancreatitis after the revised atlanta classification

Arq. gastroenterol; 58 (1), 2021
Publication year: 2021

ABSTRACT BACKGROUND:

New recommendations for the management of patients with acute pancreatitis were set after the Atlanta Classification was revised in 2012.

OBJECTIVE:

The aim of the present systematic review is to assess whether these recommendations have already been accepted and implemented in daily medical practices.

METHODS:

A systematic literature review was carried out in studies conducted with humans and published in English and Portuguese language from 10/25/2012 to 11/30/2018. The search was conducted in databases such as PubMed/Medline, Cochrane and SciELO, based on the following descriptors/Boolean operator: "Acute pancreatitis" AND "Atlanta". Only Randomized Clinical Trials comprising some recommendations released after the revised Atlanta Classification in 2012 were included in the study.

RESULTS:

Eighty-nine studies were selected and considered valid after inclusion, exclusion and qualitative evaluation criteria application. These studies were stratified as to whether, or not, they applied the recommendations suggested after the Atlanta Classification revision. Based on the results, 68.5% of the studies applied the recommendations, with emphasis on the application of severity classification (mild, moderately severe, severe); 16.4% of them were North-American and 14.7% were Chinese. The remaining 31.5% just focused on comparing or validating the severity classification.

CONCLUSION:

Few studies have disclosed any form of acceptance or practice of these recommendations, despite the US and Chinese efforts. The lack of incorporation of these recommendations didn't enable harnessing the benefits of their application in the clinical practice (particularly the improvement of the communication among health professionals and directly association with the worst prognoses); thus, it is necessary mobilizing the international medical community in order to change this scenario.

RESUMO CONTEXTO:

Após a revisão da Classificação de Atlanta, em 2012, foram estabelecidas novas recomendações no manejo dos pacientes com pancreatite aguda.

OBJETIVO:

Objetiva-se avaliar o grau de aceitação e implementação dessas recomendações na prática clínica.

MÉTODOS:

Foi realizada revisão sistemática da literatura com auxílio das bases: PubMed/Medline, Cochrane e SciELO, por meio de busca de estudos em humanos, publicados em inglês e português, no período de 25/10/2012 até 30/11/2018, utilizando os descritores e operador booleano: "Acute pancreatitis" E "Atlanta". Foram incluídos apenas estudos do tipo Ensaios Clínicos Randomizados que avaliaram alguma recomendação relacionada a revisão da Classificação de Atlanta após 2012.

RESULTADOS:

Foram selecionados 89 estudos após aplicação dos critérios de inclusão, exclusão e avaliação qualitativa. Esses foram estratificados quanto à aplicação ou não das recomendações propostas após a revisão da Classificação de Atlanta. Verificou-se que 68,5% dos estudos aplicaram essas recomendações, principalmente, na classificação da gravidade dos pacientes (leve, moderadamente grave, grave). Desses 16,4% eram estudos de origem norte-americana e 14,7% chineses. Os outros 31,5% limitaram-se a comparar ou apenas validar essa classificação de gravidade.

CONCLUSÃO:

Poucos estudos divulgaram alguma forma de implementação das novas recomendações, apesar dos esforços norte-americanos e chineses. A falta da aparente incorporação dessas recomendações na prática clínica, não permitiu o aproveitamento de suas vantagens (principalmente a melhora da comunicação entre os profissionais e estabelecimento da classificação e identificação precoce dos pacientes mais graves), sendo necessário toda a comunidade médica internacional se mobilizar de alguma forma para mudar esse cenário.

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