Arq. gastroenterol; 58 (1), 2021
Publication year: 2021
ABSTRACT BACKGROUND:
Irritable bowel syndrome (IBS) is a complex gastrointestinal disorder, whose understanding is relatively uncertain, and the treatment guidance decision still represents a challenge. OBJECTIVE:
To identify and critically appraise systematic reviews (SRs) published in the Cochrane Database of SRs (CDSR) on the effects of interventions (pharmacological and non-pharmacological) for the treatment of IBS. METHODS:
The search was conducted at the Cochrane Library in May 2020. The methodological quality of the SRs was evaluated by the AMSTAR-2 tool. RESULTS:
Eight SRs with moderate to high quality were included, which addressed the treatments: (a) pharmacological: volume agents, antispasmodics, antidepressants and tegaserod; and (b) non-pharmacological: homeopathy, acupuncture, phytotherapy, biofeedback, psychological interventions and hypnotherapy. The results were favorable to antispasmodic drugs and antidepressants regarding the improvement of clinical symptoms. There was no difference between volume agents or tegaserod when compared to placebo. Acupuncture and homeopathy showed a little improvement in symptoms compared to placebo, but the certainty of this evidence was considered low to very low. Psychological interventions seem to improve the overall assessment of the patient and relief symptoms such as abdominal pain. However, there was no long-term follow-up of these patients. The results of the other treatments were considered uncertain due to the high risk of bias. CONCLUSION:
Considering the low quality of the studies included in the SRs, pharmacological treatment with antispasmodics and antidepressants seems to be beneficial for patients with IBS. Among non-pharmacological interventions, psychological interventions seem to be beneficial. However, further clinical trials are recommended with greater methodological rigor to prove these findings.
RESUMO CONTEXTO:
A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio gastrointestinal complexo, cujo entendimento é relativamente incerto e a decisão de orientação do tratamento ainda representa um desafio. OBJETIVO:
Identificar e avaliar criticamente as revisões sistemáticas (RSs) publicadas na base de dados de RSs Cochrane (CDSR) sobre os efeitos das intervenções (farmacológicas e não farmacológicas) para o tratamento da SII. MÉTODOS:
A busca foi realizada na Biblioteca Cochrane em maio de 2020. A qualidade metodológica das RSs foi avaliada pela ferramenta AMSTAR-2. RESULTADOS:
Foram incluídas oito RSs com qualidade moderada a alta, as quais abordaram os tratamentos: (a) farmacológico - agentes de volume, antiespasmódicos, antidepressivos e o tegaserod; e (b) não farmacológico - homeopatia, acupuntura, fitoterapia, biofeedback, intervenções psicológicas e hipnoterapia. Os resultados foram favoráveis aos medicamentos antiespasmódicos e antidepressivos em relação à melhora dos sintomas clínicos. Não houve diferença entre os agentes de volume ou tegaserod quando comparados ao placebo. Acupuntura e homeopatia apresentaram pequena melhora dos sintomas em comparação ao placebo, porém a qualidade da evidência foi considerada baixa a muito baixa. As intervenções psicológicas parecem melhorar a avaliação global do paciente e alívio de sintomas como dor abdominal. Contudo, não houve acompanhamento desses pacientes a longo prazo. Os resultados dos demais tratamentos foram considerados incertos devido ao alto risco de viés. CONCLUSÃO:
Considerando a baixa qualidade dos estudos incluídos nas RSs, o tratamento farmacológico com antiespasmódicos e antidepressivos parece ser benéfico para os pacientes com SII. Entre os não-farmacológicos, as intervenções psicológicas parecem obter benefícios. Entretanto, novos ensaios clínicos são recomendados com maior rigor metodológico para comprovar estes achados.