O dizer do analista: a interpretação e um resto a não compreender
The analyst’s saying: interpretation and a rest not to be understood
El dicho del analista: interpretación y un que se queda para no entender
Rev. psicanal; 27 (3), 2020
Publication year: 2020
Esse artigo parte de nossa experiência clínica diante da percepção da maneira com que cada analisando se coloca enquanto sujeito ao contar a própria história, considerando tanto seus ditos quanto os não ditos, sendo a tarefa de um analista possibilitar a reconstrução dessa história, sem prescindir do limite que lhe é imposto pelo Real. Assim, buscamos sublinhar como a interpretação pode ser dita pelo analista de modo a produzir um enunciado esclarecedor para o sujeito, por meio dos ensinamentos de Freud, Lacan e de psicanalistas contemporâneos. A partir da análise, concluímos que é necessário que o analista tenha “ouvidos para não ouvir”, como diz Lacan, de tal forma que a sua escuta não caia no sedutor engodo acarretado pelo advento do sentido, mas seja capaz de despertar o sujeito para o reconhecimento das amarras às quais está aprisionado para que, assim, ele possa seguir no caminho de reconstruir a sua própria história (AU)
This article is based on our clinical experience, given the perception of how each analyst poses as subject when telling his own story, considering both his sayings and his not told, being the task of an analyst to enable the reconstruction of this history, without dispensing with the limit imposed by the Real. Thus, we seek to emphasize how the interpretation can be dictated by the analyst so as to produce an enlightening statement for the subject through the teachings of Freud, Lacan and other contemporary psychoanalysts. From the analysis, we conclude that it is necessary for the analyst to have “ears not to listen”, as Lacan says, in such a way that his listening does not fall into the seductive deceit brought about by the advent of meaning, but awakens the subject to the recognition of the moorings which is imprisoned and thus I can follow the way of reconstructing its own history (AU)
Este artículo parte de nuestra experiencia clínica, ante la percepción de cómo cada analizante se coloca en cuanto sujeto al contar su propia historia, considerando tanto sus dichos y sus no dichos, siendo la tarea de un analista posibilitar la reconstrucción de esa historia, sin prescindir del presente, límite que le impone el Real. Así, buscamos subrayar cómo la interpretación puede ser dicha por el analista, para producir un enunciado esclarecedor para el sujeto, por medio de las enseñanzas de Freud, Lacan y otros psicoanalistas contemporáneos. En el análisis, concluimos que es necesario que el analista tenga “oídos para no oír”, como dice Lacan, de tal forma que su escucha no caiga en el seductor engullido acarreado por el advenimiento del sentido, sino que despierte al sujeto para el reconocimiento de las amarras que está atrapado y así puedo seguir en el camino de reconstruir su propia historia (AU)