Geografia e saúde na graduação em medicina: vivências de territorialização na atenção primária à saúde
Geography and heath in the undergraduate medicine: experiences of territorialization in primary health care
Geografía y salud en el grado en medicina: experiencias de territorialización en la atención primaria de salud

Rev. baiana saúde pública; 43 (3), 2019
Publication year: 2019

A formação em saúde vem sendo discutida e repensada no sentido de torná-la mais coerente com as demandas sociais e as necessidades do Sistema Único de Saúde. A inserção dos estudantes em serviços de saúde desde o início da graduação desponta como um dispositivo com potencial no sentido de gerar as transformações almejadas. Este trabalho objetiva relatar a experiência de quatro estudantes do curso de medicina de uma universidade pública do Sul do Brasil, no componente curricular Saúde Coletiva II, durante as vivências realizadas em um Centro de Saúde da Família (CSF). Inicialmente, os estudantes continuaram aprofundando os conhecimentos relacionados ao território e ao serviço – iniciados no semestre anterior – realizando visitas domiciliares e explorando as questões relacionadas à vigilância em saúde. No decorrer das vivências, percebeu-se que o CSF não havia realizado o processo de territorialização, uma vez que a transição para a Estratégia Saúde da Família ocorreu recentemente. O grupo propôs, então, auxiliar umas das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) na construção de um mapa inteligente de sua microárea de atuação, e em um segundo momento a atividade foi socializada com os demais ACS e membros da equipe. A experiência revelou que as vivências no CSF proporcionaram reflexões, inquietações, busca de respostas e construção de conhecimento significativo para os alunos envolvidos. Com vistas a criar o mapa inteligente, os estudantes refletiram sobre o território, o processo saúde-doença, a vigilância em saúde, dentre outros temas. Percebe-se, ainda, que a presença dos alunos no serviço movimentou a equipe, contribuindo para a educação permanente.
Health education has been discussed and rethought in the sense of becoming more coherent with the social demands and the Unified Health System needs. The inclusion of students in health services since the beginning of the undergraduate course emerges as a device with the potential to generate the desired transformations. The objective of this study is to describe an experience report of four students from a public University in the South of Brazil, in the curricular component Collective Health II, during the practices experiences at a Family Health Center (FHC). Initially, the students continued to deepen their knowledge of the previous semester, about the territory and the primary health service. This activity was conducted by home visits and exploring issues related to health surveillance. In the course of their experiences, it was noticed that the CSF had not performed the territorialization process, since the transition to the Family Health Strategy occurred recently. The group then proposed to assist one of the Community Health Agents (CHA) for construction of an intelligent map of the micro area, in a second moment, the activity was socialized with the other CHA and team members. The experience showed that the practical in the FHC provided reflections, restlessness, search for answers and construction of meaningful knowledge for the students involved. To create the intelligent map, they reflected on the territory, the health-disease process and health surveillance, among other topics. It is also noticed that the presence of the students in the service “moved” the team, contributing to the permanent education.
La formación en salud se viene discutiendo y repensando para hacerla más coherente con las demandas sociales y las necesidades del Sistema Único de Salud. La inserción de los estudiantes en servicios de salud desde el inicio del grado es un potencial dispositivo para generar transformaciones deseadas. El trabajo se propone relatar la experiencia de cuatro estudiantes de grado en Medicina de una universidad federal del Sur de Brasil, en la disciplina Salud Colectiva II, durante las vivencias realizadas en el Centro de Salud Familiar (CSF). Inicialmente, los estudiantes continuaron profundizándose los conocimientos relacionados al territorio y al servicio de salud –iniciado en el semestre anterior– realizando visitas domiciliarias y explorando las cuestiones relacionadas a la vigilancia en salud. En el transcurso de las vivencias, se percibió que el CSF no había realizado el proceso de territorialización, ya vez que la transición a la Estrategia Salud Familiar ocurrió recientemente. El equipo propuso auxiliar a una de las agentes comunitarias de salud (ACS) en la construcción de un mapa inteligente de la microzona de actuación y, en un segundo momento, la actividad fue socializada con las demás ACS y miembros del equipo. La experiencia reveló que las vivencias en el CSF proporcionaron reflexiones, inquietudes, búsqueda de respuestas y construcción de conocimiento significativo para los alumnos involucrados. Con el fin de crear el mapa inteligente, los estudiantes reflexionaron sobre el territorio, el proceso salud-enfermedad, la vigilancia en salud, entre otros temas. Se percibe, además, que la presencia de los alumnos en el servicio movió al equipo, contribuyendo con la educación permanente.

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