Rev. Pesqui. Fisioter; 11 (2), 2021
Publication year: 2021
INTRODUÇÃO:
Pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) requerem longos períodos de internação, estando submetidos ao imobilismo, que resulta em perda significativa de massa muscular. A mobilização precoce é uma terapêutica realizada no ambiente de UTI e tem como objetivo diminuir o comprometimento funcional decorrente do período de internação. OBJETIVO:
Analisar a prática de mobilização precoce realizada pelo fisioterapeuta intensivista, identificar as principais intervenções utilizadas por esses profissionais e descrever as barreiras encontradas que inviabilizam a prática da mobilização precoce, em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. METODOLOGIA:
Estudo de campo, quantitativo e transversal, realizado entre fevereiro e maio de 2020, com fisioterapeutas intensivistas de três hospitais na cidade de Fortaleza, a saber dois deles são da rede pública (um municipal e outro estadual) e o outro de rede privada. Foram inclusos no estudo fisioterapeutas intensivistas atuantes nos hospitais mencionados e que possuam vínculo com a instituição. Foram excluídos os fisioterapeutas na função de residentes, estagiários e preceptores presentes. Para coleta de dados foi utilizado o formulário eletrônico on-line viabilizada por meio do aplicativo Google Forms. Os dados foram analisados e tabulados através do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. A estatística descritiva, com frequências absolutas e relativas foi utilizada para caracterizar o perfil da amostra estudada.
Os testes estatísticos aplicados foram o Qui-Quadrado para determinar diferenças nas respostas dos critérios de segurança e barreiras para implementação da mobilização precoce e o tempo de experiência em unidade de terapia intensiva e o Kruskal-Wallis para comparar as intervenções de mobilização precoce entre grupos de Fisioterapeutas dos três hospitais. RESULTADOS:
Participaram da pesquisa 68 fisioterapeutas, a maioria (36,8%) com tempo de atuação na terapia
intensiva de 6 a 10 anos. O gerenciamento da mobilização precoce é realizado em sua maioria apenas pelo fisioterapeuta. Acerca da utilização de escalas funcionais utilizadas em UTI, a Medical Research Council (MRC) foi a mais citada pelos profissionais com (67,7%). A estratégia de mobilização mais utilizada foi a sedestação (91,2%). O desconforto respiratório foi a situação clínica mais citada para a interrupção da mobilização precoce (83,8%). CONCLUSÃO:
As intervenções mais frequentes foram a sedestação, uso do cicloergômetro e transferências leito poltrona. As barreiras relacionadas ao paciente foram a instabilidade hemodinâmica, uso de drogas sedativas e analgésicas.
INTRODUCTION:
Patients in the Intensive Care Unit (ICU) require long periods of hospitalization, being subjected to immobilization, which results in significant loss of muscle mass. Early mobilization is a therapy performed in the ICU environment and aims to reduce functional impairment resulting from hospitalization. OBJECTIVE:
To analyze the practice of early mobilization performed by the intensive care physiotherapist, identify the main interventions used by these professionals, and describe the barriers found that make early mobilization unfeasible in patients admitted to intensive care units. METHODOLOGY:
Field study, quantitative and transversal, carried out between February and May 2020, with intensive care physiotherapists from three hospitals in the city of Fortaleza, namely two of them are from the public network (one municipal and the other state) and the other from the private network. Intensive care physiotherapists working in the mentioned hospitals and who have a link with the institution were included in the study. Physiotherapists in the role of residents, interns, and preceptors present were excluded. For data collection, the online electronic form was made possible through the Google Forms application. The data were analyzed and tabulated using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 20.0. The chi-square statistical tests were to determine differences in the responses of the safety criteria and barriers to the implementation of early mobilization and the length of experience in the intensive care unit and Kruskal-Wallis to compare early mobilization interventions between groups of physiotherapists from the three hospitals. RESULTS:
68 physiotherapists participated in the research, the majority (36.8%) having worked in intensive care for 6 to 10 years. The management of early mobilization is performed mostly by the physiotherapist. Regarding functional scales used in the ICU, the Medical Research Council (MRC) was the most cited by professionals with (67.7%). The most used mobilization strategy was sedestation (91.2%). Respiratory distress was the most frequently cited clinical situation for interrupting early mobilization (83.8%). CONCLUSION:
The most frequent interventions were sedation, the cycle ergometer, and transfers from an armchair bed. The patient-related barriers were hemodynamic instability, use of sedative and analgesic drugs.