Relação do Índice de Massa Corporal e Linfedema Secundário a tratamento cirúrgico do Câncer de Mama: estudo retrospectivo
Relationship of Body Mass Index and Secondary Lymphedema to Surgical Treatment of Breast Cancer: a retrospective study

Rev. Pesqui. Fisioter; 11 (2), 2021
Publication year: 2021

INTRODUÇÃO:

O câncer de mama é a neoplasia mais incidente na população feminina brasileira, sendo o linfedema uma de suas principais complicações cirúrgicas.

OBJETIVO:

Verificar a relação do índice de massa corpóreo e o desenvolvimento do linfedema no pós-operatório de câncer de mama, sua relação com o tipo de tratamento e ao tempo pós-cirúrgico.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Foram levantados prontuários de 59 mulheres no período de maio de 2008 a fevereiro de 2009 utilizando dados da anamnese; exame físico; perimetria, volume estimado; relatos, sintomas e dados em prontuário. A análise foi feita por meio de médias e desvios padrões para as variáveis quantitativas e qualitativas (absoluta e relativa) e para verificação dos fatores de risco foi utilizado o Teste t de Student e Teste Qui-quadrado de Pearson com nível de significância de 5%.

RESULTADOS:

A frequência de linfedema foi de 47,5%, sendo que 40,7% eram obesas. Observou-se diferença significativa entre os grupos de linfedema e IMC (p=0,002). Nota-se ainda diferença significativa entre linfedema no grupo sem radioterapia de axila (p=0,003) e associação entre o tempo pós-cirúrgico e linfedema (p=0,006), sendo maior após 6 meses de cirurgia.

CONCLUSÃO:

Existe correlação entre obesidade e desenvolvimento do linfedema. Os tipos de tratamento parecem não ter influenciado o seu desenvolvimento e quanto mais tempo decorrido pós- cirurgia, maior o risco do seu aparecimento.

INTRODUCTION:

Breast cancer is the most common neoplasm in the Brazilian female population, with lymphedema being one of its main surgical complications.

OBJECTIVE:

To verify the relationship between the body mass index and the development of lymphedema in the postoperative period of breast cancer, its relationship with the type of treatment received and the time elapsed from the surgery.

MATERIALS AND METHODS:

Medical records of 59 women were collected from May 2008 to February 2009 using data from anamnesis, physical exam; perimetry, estimated volume; reports, symptoms, and notes in medical records. The analysis was performed using means and standard deviations for the quantitative and qualitative variables (absolute and relative) and to verify the risk factors used, the Student's t-test and Pearson's chi-square test with a 5% significance level (0.05).

RESULTS:

The frequency of lymphedema was 47.5%, with 40.7% being obese. There was a significant difference between the groups of lymphedema and BMI (p=0.002). There is also a significant difference between lymphedema in the group without axillary radiotherapy (p=0.003) and an association between post-surgical time and lymphedema (p=0.006), being greater after six months of surgery.

CONCLUSION:

There is a correlation between obesity and the development of lymphedema. The types of treatment do not seem to have influenced their development, and the longer the surgery has elapsed, the greater the risk of their appearance.

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