O psicólogo no acompanhamento de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas: seria possível uma escuta analítica?
The psychologist following adolescents in their compliance of socio-educational measures: would analytical listening be possible?
Rev. psicol. (Fortaleza, Online); 11 (1), 2020
Publication year: 2020
O objetivo deste artigo é discutir sobre o trabalho do psicólogo no campo das Medidas Socioeducativas (MSE), especificamente no da Liberdade
Assistida (LA). Por meio de uma discussão teórica acerca de conceitos psicanalíticos ‒ como o desamparo ‒, é possível pensar nas atitudes
antissociais e na delinquência como manifestações da angústia na adolescência. De acordo com o pressuposto de Laurent (2007), a implicação
do sujeito com o seu sintoma e a abordagem do vínculo formado entre psicólogo e adolescente se efetivam como auxílio para mudanças
subjetivas na vida do jovem, pensando-se nos impasses que o interpelam, sem recorrer aos caminhos da violência. Considera-se que a LA
possa constituir-se como um espaço de estímulo ao protagonismo do jovem e como um meio de o profissional da assistência social conhecer o
adolescente e a sua realidade, contribuindo para a ruptura de preconceitos. Além disso, pode-se pensar em políticas públicas adequadas às
necessidades deste público.
The objective of this article is to discuss about the work of the psychologist in the field of Socio-Educational Measures, specifically Probation.
Through theoretical discussion on psychoanalytic concepts ‒ such as helplessness ‒, it is possible to think about antisocial attitudes and
delinquency as manifestations of anguish in adolescence. According to Laurent’s (2007) assumption, the subject’s implication with his symptom
and the approach of the bond formed between psychologist and adolescent are effective in aiding to subjective changes in the life of the
youngster, when considering the impasses that challenge him, without resorting to the ways of violence. It is considered that Probation may
become a space for stimulating the young person’s protagonism and as a way for the social assistant to get to know the adolescent and his
reality, contributing to shatter prejudices. Additionally, it is possible to think of public policies adequate to the needs of this public.