Adolescentes "filhos da migração" e o Estado: apontamentos envolvendo psicanálise e educação no contexto francês
Los adolescentes "hijos de la migración" y el Estado: notas sobre el psicoanálisis y la educación en el contexto francés
Teenagers "children of migration" and the State: notes on psychoanalysis and education in the French context

Estilos clín; 25 (1), 2020
Publication year: 2020

Circunscrevo nesse trabalho algumas das características e impasses vividos por adolescentes oriundos de famílias migrantes na França. Esses jovens são frequentemente colocados num espaço social fronteiriço, notadamente na sua experiência na Educação Nacional, essa se constituindo como uma série de dispositivos de transmissão tanto de conteúdos escolares quanto de modos de vida e de cultura que são ligados a uma certa ideia republicana de sociedade ocidental. Pensamos aqui a educação como uma cultura à parte, que oferece modos de ser, agir, pensar, sentir, além de toda uma miríade de representações e conteúdos de valor antropológico. Isso, por vezes, se choca com outras valências culturais, linguísticas e identitárias vividas e trazidas por esses adolescentes que costumam viver uma espécie de cisão entre mundos e espaços subjetivos tão diferentes entre aqueles de casa e do campo social (via educação). Tais questões são aqui tratadas por meio de nossa experiência como profissional de saúde mental na França, trazendo dois casos que foram acompanhados e que retratam os dramas do adolescer em situação transcultural.
Circunscriberemos en este trabajo algunas de las caracteristicas e impases vividos por adolescentes oriundos de familias de inmigrantes en Francia. Estos jovenes acabam siendo puestos en un espacio social fronterizo, especificamente en la experiencia de la Educación Nacional, destinada a transmitir una serie de dispositivos y contenidos escolares, maneras de vivir y cultura, estrechamente vinculado a una determinada concepción republicana de sociedad occidental. Pensamos aqui, la educación como una cultura diferente, que ofrece modos de ser, actuar, pensar, sentir además de transmitir una serie de representaciones y de contenidos de valor antropologico. Ésto, a veces, entra en choque con otros valores culturales, linguisticos y de identidad vivídos y traídos por los adolescentes que, acostumbran vivir una especie de escision entre mundos y espacios subjetivos tan diferentes, entre aquellos del hogar y los del mundo social (via educación). Tratamos de estas cuestiones, a través, de nuestra experiencia como profesional de la salud mental en Francia, trayendo dos casos que acompañamos y que retratan los dramas del sufrimiento en situación transcultural.
In this work, we circumscribe some of the characteristics and impasses experienced by adolescents from migrant families in France. These young people end up being placed in a frontier social space, notably in their experience in National Education, this constituting itself as a series of devices for transmitting both school content and ways of life and self-culture that are linked to a certain idea republican society. We think here of education as a separate culture, which offers ways of being, acting, thinking, feeling, in addition to a whole myriad of representations and content of anthropological value. This sometimes clashes with other cultural, linguistic and identity values experienced and brought by these teenagers who usually live a kind of split between worlds and subjective spaces so different between those at home and the social field (through education). We deal with these issues through our experience as a mental health professional in France, bringing two cases that we follow and that portray the dramas of adolescents in a cross-cultural situation.

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