Neutropenia febril: experiência do serviço de oncologia pediátrica do hospital universitário da Universidade de Brasília
Febrile neutropenia: experience of the pediatric oncology service, pediatric surgical center, university hospital of the University of Brasilia

Brasília méd; 39 (1/4), 2002
Publication year: 2002

Introdução:

Infecção é a causa mais comum de morte na criança com câncer, mas seu diagnóstico pode ser dificultado pela ausência de resposta inflamatória em paciente neutropênico. Quando a contagem de neutrófilos é de 500 células/mm ou menos, há grande risco de infecção grave, geralmente de origem bacteriana. Em decorrência da neutropenia e da resposta inflamatória precária, a febre costuma ser a única manifestação da infecção. Assim, diante de quadro febril com neutropenia, a abordagem deve ser rigorosa e imediata.

Objetivo:

Demonstrar a experiência do Serviço de Oncologia Pediátrica do Centro de Cirurgia pediátrica no manejo das neutropenias febris observadas entre 1996 a 2002.

Material e métodos:

Estudo retrospectivo dos pacientes pediátricos com tumores sólidos malignos, tratados com quimioterapia, de janeiro de 1996 a junho de 2002. Foi considerada como neutropenia, a contagem de neutrófilos menor que 1000/mm e, como febre, temperatura axilar maior que 37,7 graus C. Foram obtidos dados dos prontuários em relação ao diagnóstico, episódios de neutropenia febril, resultados das culturas, uso de fator estimulador de colônias de granulócitos e terapêutica.

Resultados:

De 45 crianças tratadas com quimioterapia, 22 apresentaram episódios de neutropenia febril, totalizando 46 episódios. A Mediana da contagem de neutrófilos foi 440/mm (amplitude:230 a 1.050). Dos 46 episódios, em 30 (65 por cento) foi colhido material para hemocultura, pelo menos uma vez, com positividade de 53 por cento. Foi colhida urina para cultura em 32 (69 por cento), com oito positivas (25 por cento). A coleta de secreções foi feita em seis casos, com positividade de 66 por cento. Em 38 (82,6 por cento) dos 46 eventos de neutropenia febril, as crianças foram tratadas, inicialmente, com ceftriaxona e amicacina. Mudança do esquema anti microbiano foi necessária em 12 episódios (26 por cento), com adição de outro antimicrobiano em sete casos (15 por cento do total). Foi utiliozada a filgrastina em 40 dos 46 episódios (86 por cento), com boa resposta em todos os casos.

Conclusão:

Como previsto, a neutropenia febril foi mais frequente naquele pacientes que necessitaram de esquemas quimioterápicos mais agressivos, causando depressão medular intensa. Esses casos foram tratados, em sua maioria, com utilização de ceftriaxona e amicacina, associadas à filgrastima. O percentual de coleta de culturas foi menor que o esperado. Da mesma forma, poderia esperar-se que o índice...

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