A transferência como meio de tratamento do outro e recurso de contenção à passagem ao ato na psicose
The transference as a way to treat the other and means of holding back the passage to the act in psychosis
La transferencia como medio de tratamiento del otro y como recurso de contención del pasaje al acto en la psicosis
Psicol. rev. (Belo Horizonte); 25 (2), 2019
Publication year: 2019
Este artigo se propõe a investigar, com base no estudo de um caso clínico, de que modo a manobra da transferência na psicose nos permite apostar em sua eficácia como meio de tratamento do Outro e recurso de contenção à passagem ao ato nessa estrutura. Orientados pela leitura lacaniana, constatamos que, na psicose, o simbólico não opera na negativação do gozo, o que faz com que este retorne sobre o psicótico de forma maciça na figura de um Outro ameaçador. Consequentemente, a passagem ao ato nessa estrutura se configura como uma tentativa de extrair o excesso de gozo no campo do Outro. Diante dessa observação, a manobra da transferência seguiu como orientação o tratamento do Outro para fazer barreira ao transbordamento da pulsão, ou seja, uma modalidade de trabalho que buscou regular o gozo do Outro mediante estratégias criadas pelo que se mostrou possível na particularidade do caso.
The aim of this article is to investigate, based on a clinical case, the way the transference maneuver in psychosis allows us to rely on its efficacy as a way to treat the Other and means to hold back the passage to the act in this structure. Oriented by the reading of Lacans writing, we determined that in psychosis the symbolic does not operate in the negativity of the pleasure, which makes it returns over the psychotic subject in a fierce way as a frightening figure of the Other. Consequently, the passage to the act in this structure is pictured as an attempt to withdraw the excess of enjoyment from the Others field. In face of this observation, the transference maneuver took as guideline the treatment of the Other to block the overflow of the pulsion; in other words, a work modality that meant to regulate the enjoyment of the Other through strategies created by what was possible in this case.
Este artículo propone investigar, a partir del estudio de un caso clínico, de qué manera la transferencia en la psicosis nos permite apostar en su eficacia como medio de tratamiento del Otro, y como recurso de contención de pasar al acto en esa estructura. Guiados por la lectura Lacaniana, vimos que en la psicosis lo simbólico no opera en la negativización del goce, lo que hace que este vuelva sobre el psicótico de forma masiva en la figura de un Otro amenazador. Consecuentemente, el pasaje al acto en esa estructura se configura como una tentativa de extraer el exceso de goce en el campo del Otro. Frente a esa observación, la maniobra de transferencia continuó como orientación en el tratamiento del Otro para levantar una barrera en el transbordo de la pulsión, o sea, una modalidad de trabajo que buscó regular el goce del Otro a través de las estrategias creadas, como fue posible observar en la particularidad del caso.