Brasília méd; 42 (1/2), 2005
Publication year: 2005
Introdução:
Devido à escassez de órgãos cadavéricos, a utilização de órgãos de doadores vivos tem sido amplamente empregada. A nefrectomia unilateral parece não trazer repercussões clínicas para a maioria dos doadores renais. No entanto, alguns deles apresentam deterioração da função renal, hipertensão arterial e proteinúria, recomendando-se o acompanhamento mais freqüente desses doadores. Objetivo:
Avaliar a influência do sobrepeso e da obesidade sobre a pressão arterial, função e tamanho renal em doadores renais. Métodos:
Trinta e seis doadores renais foram avaliados clinicolaboratorialmente e por ultra-sonografia renal. Foram constituídos dois grupos de acordo com o índice de massa corporal (IMC): grupo 1 com IMC menor que 25 kg/m2 e grupo 2 com IMC igual ou maior que 25 kg/m2 . Do grupo 2, foi selecionado um subgrupo de doadores com IMC maior que 30 kg/m2. Resultados:
A média de idade da população foi 41,2 mais ou menos 12,3 anos, e o tempo médio de avaliação após a nefrectomia foi de 43,2 mais ou menos 51,6 meses (6-266meses). Apenas um paciente apresentou microalbuminúria. Houve correlação positiva entre o tamanho renal e o índice de massa corporal no grupo 2. O subgrupo de obesos apresentou valores médios de tamanho renal e filtração glomerular estimada superiores aos valores encontrados no grupo 1. Apenas um paciente apresentou filtração glomerular estimada superiores maior que 60 ml/min/m2 sc. Conclusão:
Não se observaram evidências de comprometimento renal na população estudada. Os dados sugerem que o excesso de peso em doadores renais relaciona-se com o aumento de filtração glomerular.