Hiperprolactinemia. Problemas no diagnóstico
Problems in the diagnosis of hyperprolactimenia
Brasília méd; 42 (1/2), 2005
Publication year: 2005
Na abordagem diagnóstica da hiperprolactinemia, quatro problemas potenciais merecem atenção especial: os incidentalomas hipofisários (presentes em 10 por cento da população adulta à ressonância magnética), o efeito gancho, a macroprolactinemia e o hipotiroidismo. O efeito gancho se caracteriza pela presença de níveis falsamente baixos de prolactina, quando se empregam imunoensaios de dois sítios em pacientes com grandes prolactinomas e hiperprolactinemia muito acentuada. Esse efeito pode ser identificado realizando-se uma nova dosagem prolactina após diluição do soro a 1:100, quando se observará um aumento muito elevado do valor dessa substância. Será excluído em qualquer paciente com macroadenoma e níveis séricos de prolactina menor que 200 ng/ml. A macroprolactinemia, de acordo com cinco estudos recentes, responde por 10 a 23 por cento dos casos de hiperprolactinemia. Resulta de um excesso de prolactina de alto peso molecular (macroprolactina ou big prolactin), cujas biodisponibilidade e bioatividade são baixas. Assim, a maioria dos pacientes com macroprolactinemia não apresentam os sintomas clássicos da hiperprolactinemia e, habitualmente, não requerem tratamento. A hiperprolactinemia é vista em até 40 por cento dos indivíduos com hipotiroidismo primário que ocasionalmente podem desenvolver acentuada hiperplasia das células tireotróficas, simulando adenoma hipofisário. Além disso, o uso de drogas que elevam os níveis de prolactina deve sempre ser excluído em pacientes com hiperprolactinemia. O mesmo se aplica à gravidez, ainda que as pacientes insistentemente neguem tal possibilidade. Níveis de prolactina maiores que 250 ng/ml são altamente sugestivos de prolactinomas e, apenas excepcionalmente, ocorrem com outros tumores da região selar.