Realização de interação mediada por telefone com idosos após a alta hospitalar: experiência de um programa de residência multiprofissional
Interaction of conduct mediated phone with elderly after hospital discharge: a multiprofessional program experience

Rev. Ciênc. Méd. Biol. (Impr.); 18 (1), 2019
Publication year: 2019

Introdução:

a transição do cuidado, principalmente no momento da alta hospitalar, é considerada um momento crítico e de muita ansiedade para o paciente. Destacam-se os problemas relacionados ao uso de medicamentos, principalmente quando ocorrem mudanças nas prescrições de fármacos no momento da alta, quando comparado aos medicamentos prescritos na pré-internação. A continuidade do uso de novos medicamentos após a alta pode gerar comprometimentos, principalmente quando nos referimos aos pacientes idosos, que apresentam especificidades fisiológicas e cognitivas que influenciam o uso dos medicamentos. Com o intuito de melhor identificar possíveis barreiras e propiciar segurança durante a continuidade do cuidado, um grupo composto por farmacêuticos propôs a realização de Interação Mediada por Telefone (IMT) com pacientes idosos que receberam alta hospitalar e que encontravam-se no ambiente domiciliar.

Objetivo:

identificar as ações realizadas e resultados alcançados por meio da IMT.

Metodologia:

realizou-se um estudo transversal de caráter exploratório, onde os registros em prontuários eletrônicos e planilha do serviço de IMT foram analisados, com descrição do perfil dos pacientes e realização de regressão logística a partir das características dos pacientes e equipe de referência a qual pertenciam na internação (Acidente Vascular Cerebral; Equipe Idoso Frágil; Cuidados Paliativos; Equipe de oferecimento de cuidados aos pacientes com Comprometimento do Pé Diabético e Equipe de Atendimento a Pacientes com Fratura de Fêmur).

Resultados:

87 pacientes idosos participaram do IMT sendo 44 (50,6%) do sexo feminino e 43 (49,4%) do sexo masculino. A média da idade dos pacientes foi de 73,7 anos, comdesvio padrão de 8,3. Um percentual de 52,9% dos pacientes relataram procurar atendimento na Atenção Primária após a alta hospitalar, 20% relataram dificuldade no acesso, 13% relataram uso de medicamentos diferentes dos prescritos na alta, conforme orientação médica na Atenção Primária, e 13% automedicação. No modelo final da regressão logística, identificou-se que idade igual ou superior a 75 anos foi associada positivamente ao pertencimento do paciente na equipe Idoso Frágil/Cuidados Paliativos. Ainda no modelo final, a ocorrência de automedicação também esteve positivamente associada à equipe Idoso Frágil (OR=6,8; p<0,05).

Conclusão:

entende-se que o serviço de IMT apresentou-se como interessante ferramenta para identificação de problemas farmacoterapêuticos após a alta hospitalar. Automedicação após a alta hospitalar esteve associada positivamente aos pacientes das equipes cuidados paliativos/idoso frágil quando comparado à Unidade AVC e idade inferior a 75 anos esteve positivamente associada à Equipe complicações do pé diabético.

Introduction:

the transition from hospital to home care is considered a critical moment and brings a lot of anxiety for the patient, especially due to changes in the pharmacotherapy.

Aim:

to identify the actions taken and results achieved through Phone-Mediated Iinteraction (PMI).

Methodology:

an exploratory cross-sectional study was carried out, where the data in the electronic records and PMI service worksheet were analyzed, with a description of the patients’ profile and logistic regression based on the characteristics of the patients and the reference team (Cerebral Vascular Accident, Fragile Elderly Person, Palliative Care, Team to offer care to patients with Diabetic Foot Impairment, Team of Patients with Fracture of the Femur).

Results:

a total of 87 elderly participated in the PMI, 44 (50.6%) were female and 43 (49.4%) were male. The mean age of the patients was 73.7 years, with a standard deviation of 8.3. A percentage of 52.9% of the patients reported seeking care in Primary Care after hospital discharge, 20% reported difficulty accessing, 13% reported using medications other than those prescribed at discharge, according to medical guidance in Primary Care, and 13% self-medication. In the final logistic regression model, it was identified that age equal to or greater than 75 years was positively associated with the patient’s membership in the Fragile Elderly/Palliative Care team. In the final model, the occurrence of self-medication was also positively associated with the Fragile Aged (OR = 6.8, p <0.05).

Conclusion:

it is understood that the PMI service was an interesting tool for identifying pharmacotherapeutic problems after hospital discharge. Self-medication after hospital discharge was positively associated with patients in the palliative care / fragile elderly when compared to the Cerebral Vascular Accident Unit and age below 75 years was positively associated with Team for diabetic foot complications

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