O ser mãe de uma criança com microcefalia
Being mother of a child with microcephaly
Fisioter. Bras; 20 (3), 2019
Publication year: 2019
Essa pesquisa objetiva analisar o impacto de ser mãe de uma criança com microcefalia,
identificando as mudanças ocorridas no seu cotidiano após o nascimento do filho. Participaram
desse estudo cinco mães, com faixa etária de 21 a 45 anos, todas atendidas na atenção básica,
que tinham filhos de qualquer idade e sexo, com diagnóstico de Microcefalia, residentes no
município de Jequié/BA. Trata-se de um estudo de caráter descritivo e abordagem qualitativa.
Foram realizadas 5 entrevistas, que foram gravadas e transcritas na íntegra para a análise de
conteúdo, usando a metodologia de Bardin.
Após análise foram geradas categorias e subcategorias:
1. Conhecimento prévio da microcefalia; 2. Diagnóstico da microcefalia (Descoberta do diagnóstico, Cuidado do profissional de saúde ao passar o diagnóstico e Falta de conhecimento dos profissionais de saúde para o diagnóstico); 3. O pai diante da microcefalia; 4. Alterações na rotina da mãe (Interferência no sono e Impacto na rotina) 5. Acolhimento dos serviços de saúde e profissionais de saúde. Com os resultados percebeu-se que são diversas as dificuldades enfrentadas pelas mães que mudam totalmente suas rotinas, abandonam emprego, abdicam de momentos de lazer, vivenciam a separação dos seus parceiros no momento de dificuldade e a abdicação de si para cuidar do filho. Quanto aos profissionais de saúde, os resultados apontaram que não dominam o conhecimento sobre a microcefalia e demonstram pouca sensibilidade ao passar o diagnóstico as mães. Conclui-se assim que as mães de filhos microcefálicos mudam totalmente sua rotina e se veem negligenciadas pela Rede de Assistência em relação a sua própria saúde e de seus filhos. (AU)
This study aimed to analyze the impact of being mother of a child with microcephaly, identifying
the changes that occurred in their daily life after the child birth. Five mothers, aged between 21
and 45 years, all attended in primary care, who had children of any age and sex, with diagnosis
of Microcephaly, living in the municipality of Jequié in Bahia, Brazil, took part of this study. This is
a descriptive study with qualitative approach. Five interviews were carried out, which were
recorded and transcribed in full for the content analysis, using Bardin's methodology. After
analysis, categories and subcategories were generated: 1. Previous microcephaly knowledge; 2.
Microcephaly Diagnosis (Diagnosis discovery, Health professional care when informing the
diagnosis and health professionals lack of knowledge for the diagnosis); 3. The father facing
microcephaly; 4. Changes in the mother’s routine (Sleep interference and Impact in the routine)
5. Reception of health services and health professionals. We observed several difficulties faced
by mothers who totally change their routines, abandon their jobs, give up leisure time, experience
separation from their partners at the difficulty moment, and abdicate themselves to care for their child. Regarding health professionals, the results indicated that they do not dominate
microcephaly knowledge and show little sensitivity when informing the diagnosis to the mothers.
We concluded that mothers of children with microcephalic change their routine completely and
are neglected by the Care Network in relation to their own health and their children. (AU)