Treinamento do assoalho pélvico com ou sem eletroterapia no tratamento dos sintomas da hiperatividade do detrusor em mulheres com esclerose múltipla e mielopatia associada ao HTLV-I (HAM/TSP): um ensaio clínico randomizado
Pelvic floor training with or without electrotherapy in the treatment of detrusor overactivity symptoms in women with multiple sclerosis e myelopathy associated with HTLV-I (HAM/TSP): a randomized controlled trial

Fisioter. Bras; 20 (4), 2019
Publication year: 2019

Introdução:

A esclerose múltipla (EM) é a mais comum das doenças desmielinizantes, caracterizada pela localização de múltiplas placas de desmielinização na substância branca encefálica e medular. A mielopatia associada ao HTLV-I (HAM/TSP) é uma doença neurodegenerativa progressiva cuja resposta imune é exacerbada.

Objetivo:

Avaliar o efeito da eletroterapia na musculatura do assoalho pélvico (MAP) sobre os sintomas hiperatividade detrusora em mulheres com EM e HTLV-1.

Métodos:

Ensaio clínico randomizado e controlado com 4 meses de acompanhamento, no qual 20 mulheres em estágio moderado de EM ou HTLV1 submetidas a um programa de treinamento da MAP associado ou não à eletroterapia.

As variáveis analisadas foram:

sintomas de bexiga hiperativa (BH) pelo questionário validado OAB v8, contração perineal pelo esquema PERFECT e índice de qualidade de vida por meio do questionário Qualiveen. Divididas em dois grupos, grupo controle (G2) e grupo tratamento (G1) que foi submetido a um protocolo de treinamento da MAP, realizado duas vezes por semana por 20 sessões e após este período de tempo todas as mulheres foram reavaliadas.

Resultados:

Sob-homogeneidade inicial observada nas variáveis pessoais e clínicas, o protocolo a que o grupo tratamento (G1) foi submetido resultou na melhora da contração voluntária (p ≤ 0,001), teste de esforço (p ≤ 0,001), reflexo cutâneo-anal (p ≤ 0,001), força de contração (p ≤ 0,001), sustentação (p ≤ 0,001), contrações rápidas (p ≤ 0,001), contrações lentas (p ≤ 0,001) e nos sintomas de bexiga hiperativa (p ≤ 0,001), em relação à comparação inicial. Os resultados comprovam a eficácia de exercícios de fortalecimento da MAP acompanhados por um fisioterapeuta e o uso de correntes eletroterápicas de média frequência para o tratamento da BH na Esclerose Múltipla e na mielopatia associada ao HTLV-1.

Conclusão:

O protocolo de eletroestimulação mostrou-se benéfico em pacientes com EM e HTLV-1, promovendo melhora da BH e grau de contração perineal. (AU)

Introduction:

Multiple sclerosis (MS) is the most common of demyelinating diseases, characterized by multiple demyelination plaques in white brain and spinal cord. Myelopathy associated with HTLV-I (HAM/TSP) is a progressive neurodegenerative disease whose immune response is exacerbated.

Objective:

To evaluate the effect of electrotherapy in the pelvic floor muscles (MAP) on the symptoms of overactive bladder in women with MS and HTLV-1.

Methods:

Randomized, controlled clinical trial with 4 months of follow-up, in which 20 women in the moderate stage of MS or HTLV-1 performed a MAP training program associated or not with electrotherapy.

The variables analyzed were:

overactive bladder, validated OAB v8 questionnaire, perineal contraction by PERFECT scheme, and quality of life index using the Qualiveen questionnaire. Divided into two groups, control group (G2) and treatment group (G1) who underwent a MAP training protocol, performed twice a week for 20 sessions and after this time period all the women were re-evaluated.

Results:

Under initial homogeneity observed in the personal and clinical variables, the protocol to which the treatment group (G1) was submitted resulted in the improvement of the voluntary contraction (p = 0.001), stress test (p ≤ 0.001), pudendo-anal reflex (p ≤ 0.001), contraction force (p ≤ 0.001), sustentation (p ≤ 0.001), rapid contractions (p ≤ 0.001), slow contractions (p ≤ 0.001) and symptoms of overactive bladder (p ≤ 0.001) compared to the initial controle. The results demonstrate the effectiveness of MAP strengthening exercises followed by a physiotherapist and the use of medium frequency electrotherapy currents for the treatment of BH in multiple sclerosis and HTLV-1 associated myelopathy.

Conclusion:

The protocol of electrostimulation was beneficial in patients with MS and HTLV-1, promoting improvement of overactive bladder and degree of perineal contraction. (AU)

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