Convergências entre prevenção quaternária e promoção da saúde
Convergences between quaternary prevention and health promotion
Convergencias entre prevención cuaternaria y promoción de la salud

Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online); 15 (42), 2020
Publication year: 2020

Introdução:

A prevenção quaternária (P4) e a promoção da saúde (PS) vem se desenvolvendo em paralelo.

Objetivo:

Apresentar e discutir algumas relações de convergência da P4 com a PS.

Métodos:

Trata-se de ensaio teórico que relaciona ideias e literatura selecionadas assistematicamente, consideradas essenciais para a discussão das relações abordadas.

Resultados:

A P4 converge com a PS por duas vias: a) pelas suas relações com a medicalização social e b) pelas suas convergências com as ações que Geoffrey Rose chamou de medidas preventivas ‘redutivas’ - reduzir riscos aumentados de adoecimento reduzindo exposições existentes na vida moderna urbana. A medicalização gerada no cuidado clínico-sanitário reduz a autonomia relativa no manejo de sofrimentos, dores e adoecimentos; e produz dependência excessiva de ações profissionalizadas. O empoderamento individual e comunitário amplia a autonomia, e isso é um objetivo importante da PS. Quanto mais exitosa a PS, menor a medicalização; e quanto maior a medicalização, mais difícil a PS. A P4 converge com a PS por sua inibição da medicalização derivada da ação clínica. A PS visa também impactar determinantes gerais da saúde-doença. Isso, operacionalmente, a aproxima e por vezes a identifica com a prevenção redutiva. A P4 induz preferência relativa pela prevenção redutiva por ser mais segura e intensifica a atitude crítica para com a prevenção ‘aditiva’ - introdução de fatores protetores artificiais (vacinas, hipolipemiantes, rastreamentos). Assim, a prática da P4 converge operacionalmente com ações de PS.

Conclusão:

A P4 é convergente com a PS em dimensão microssocial - nos serviços de atenção primária à saúde (APS) - e macrossocial. A compreensão da interface da P4 com a PS facilita sua exploração, realçando a relevância da P4 no cuidado clínico e em ações coletivas na APS.

Introduction:

Quaternary prevention (P4) and health promotion (PS) are been developing in parallel.

Objective:

To present and discuss some relations of convergence between P4 and PS.

Methods:

This is a theoretical essay that relates ideas and literature selected unsystematically, considered essential for the discussion of the relationships addressed.

Results:

P4 converges with PS in two ways: a) due to its relationship with social medicalization and b) due to its convergence with actions that Geoffrey Rose called ‘reductive’ preventive measures - reducing increased risks of illness by reducing artificial exposures existing in the urban modern life. The medicalization generated in clinical and health care reduces the relative autonomy in the management of situations of suffering, pain and illness; and produces excessive dependence on professionalized actions. Individual and community empowerment expands autonomy, and this is an important goal of PS. The more successful the PS, the lower the medicalization; and the greater the medicalization, the more difficult the PS. P4 converges with PS due to its inhibition of medicalization derived from clinical action. PS also aims to impact general determinants of health-disease. This, operationally, brings it closer and sometimes identifies it with reductive prevention. P4 induces a relative preference for reductive prevention because it is safer and because it intensifies the critical attitude towards ‘additive’ prevention - the introduction of artificial protective factors (vaccines, lipid-lowering drugs and screening). Thus, the practice of P4 converges operationally with PS actions.

Conclusion:

P4 is convergent with PS in a micro-social dimension - in primary health care services (PHC) - and macro-social. Understanding the interface between P4 and PS facilitates its exploration, highlighting the relevance of P4 in clinical care and collective actions in PHC.

Introducción:

la prevención cuaternaria (P4) y la promoción de la salud (PS) se han desarrollado en paralelo.

Objetivo:

presentar y discutir algunas relaciones de convergencia entre P4 y PS.

Método:

Este es un ensayo teórico que relaciona ideas y literatura seleccionada de manera no sistemática, considerada esencial para la discusión de las relaciones abordadas.

Resultados:

P4 converge con PS de dos maneras: a) por sus relaciones con la medicalización social y b) por su convergencia con acciones que Geoffrey Rose llamó medidas preventivas ‘reductoras’, que reducen riesgos amplificados de enfermedad al reducir las exposiciones artificiales existentes en la vida urbana moderna. La medicalización generada en la atención clínica y sanitaria reduce la autonomía relativa en el manejo del sufrimiento, el dolor y la enfermedad; y produce dependencia excesiva de acciones profesionalizadas. El empoderamiento individual y comunitario amplía la autonomía, y este es un objetivo importante de PS. Cuanto más exitoso es el PS, menor es la medicalización; y cuanto mayor es la medicalización, más difícil es la PS. P4 converge con PS debido a su inhibición de la medicalización derivada de la acción clínica. PS también tiene como objetivo impactar los determinantes generales de la enfermedad de salud. Esto, operativamente, lo acerca y a veces lo identifica con la prevención reductiva. P4 induce una preferencia relativa por la prevención reductiva porque es más segura y porque intensifica la actitud crítica hacia la prevención ‘aditiva’: la introducción de factores protectores artificiales (vacunas, fármacos hipolipemiantes, tamizajes). Por lo tanto, la práctica de P4 converge operacionalmente con acciones de PS.

Conclusión:

P4 es convergente con PS en una dimensión microsocial - en los servicios de atención primaria de salud (APS) - y macrosocial. Comprender la interfaz entre P4 y PS facilita su exploración, destacando la relevancia de P4 en la atención clínica y en las acciones colectivas en APS.

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