Fisioter. Bras; 21 (2), 2020
Publication year: 2020
Introdução:
Pacientes após Acidente Vascular Encefálico (AVE) costumam ter alteração da
marcha, apresentando velocidade lenta, baixa resistência a longas distâncias, e limitação da
locomoção independente nas ruas. A recuperação dessa marcha comunitária é para esses
indivíduos, um dos principais objetivos para a manutenção de uma vida ativa. Objetivo:
Investigar
a eficácia de uma intervenção fisioterapêutica com o método de tarefas orientadas e com o treino
de marcha para trás sobre a locomoção de pacientes hemiparéticos após AVE. Métodos:
Tratase de um estudo de análise de efeito terapêutico do tipo série de casos, no qual o sujeito é seu
próprio controle, e são realizadas avaliações múltiplas para cada sujeito nas fases A1- B - A2.
Na fase A1 são feitas duas avaliações antes do tratamento, gerando uma linha de base (baseline)
que por ter duas medidas inclui a variação normal do sujeito, na fase B também são feitas duas
avaliações, mas, durante e imediatamente após o tratamento, para obter as mudanças
relacionadas ao mesmo e na fase A2 são feitas duas avaliações após duas semanas e um mês
sem tratamento, para avaliar retenção do tratamento. Este estudo foi realizado com indivíduos
com sequelas de AVE deambuladores comunitários (capazes de andar na rua, com ou sem
auxílio de órteses). Os constructos utilizados para avaliar o efeito da terapia nos participantes
foram:
equilíbrio avançado, marcha comunitária com capacidade de modificar marcha as tarefas
funcionais, equilíbrio e mobilidade, que foram investigados respectivamente com os instrumentos
Fullerton Advanced Balance (FAB), Índice de Marcha Dinâmica (DGI) e Timed Up Go (TUG).
Dois métodos estatísticos foram utilizados:
1) O método visual da banda formada pela média e
por dois desvios padrão calculados com os resultados das avaliações feitas na baseline,
formando uma banda cujos pontos que caírem fora da banda tem uma significância p < 0.05; e
2) O cálculo do tamanho do efeito da terapia com o método de Delta de Glass. Resultados:
Participaram do estudo quatro voluntários com sequelas após AVE. Após aplicação do protocolo
de intervenção com tarefas orientadas e marcha para trás, observou-se melhora do equilíbrio e
mobilidade, assim como da locomoção e da capacidade de modificação da marcha às atividades
funcionais, isso pode ser observado especialmente no TUG em que todos os participantes
diminuiram o tempo, após o tratamento em aproximadamente 3 a 20 segundos, p < 0,05. Os
tamanhos do efeito após terapia foram grandes a enormes > 0,80 e 1,30 para todos os
participantes em dois dos três desfechos primários. Conclusão:
A associação do treino por tarefas orientadas com o treino de marcha para trás dentro do processo de reeducação funcional
de pacientes após AVE surte efeitos positivos sobre a locomoção. (AU)
Introduction:
Patients after stroke usually have gait dysfunctions, presenting slow speed, low
resistance over long walking distances, and limitation of independent walking outdoors. The
recovery of community walking is for those individuals, one of the main goal necessary to keep
an active life. Objective:
To investigate the effectiveness of a physical therapy intervention with
the task-oriented method associated with backward gait training on the locomotion of hemiparetic
patients after stroke. Methods:
This study is a case series, to analyze therapeutic effect, in which
the subject is his own control, and multiple evaluations are performed for each subject in phases
A1 - B - A2. In phase A1 two pre-treatment assessments are performed, generating a baseline
that includes the normal variation of the subject. In phase B two assessments are also made, but
during and immediately after treatment to obtain changes related to the treatment effect and, in
phase A2, two assessments are made, after two weeks and one month without treatment, phase
A2 is to assess retention of treatment. This study was conducted with community-walking strokes
survivors (capable of walking on the street, with or without orthoses). The constructs used to
assess the effect of therapy on participants were:
advanced balance, community gait with ability
to change functional tasks, speed and mobility, which were investigated with the Fullerton
Advanced Balance (FAB) instruments, Dynamic Gait Index (DGI) and Timed Up Go (TUG). Two
statistical methods were used:
1) The visual method of the band formed by the mean and by two
standard deviations calculated from the results of the baseline evaluations, forming a band where
the points that fall outside the band have a significance of p < 0.05 and 2) The size calculation of
the effect of therapy with the Glass Delta method. Results:
Four volunteers with stroke sequelae
participated in the study. After applying the intervention protocol with task-oriented approach and
backward gait training, it was observed an improvement in balance and mobility, as well as
locomotion and gait modification ability to functional activities, that was observed especially in the
TUG where all participants decreased the time after treatment in approximately 3 to 20 seconds,
p <0.05. Post-therapy effect sizes were large to huge > 0.80 and 1.30 for all participants in two of
the three primary outcomes. Conclusion:
The association of task-oriented training with backward
gait training within the functional rehabilitation process of patients after stroke has positive effects
on locomotion. (AU)