Rev. Psicol., Divers. Saúde; 10 (2), 2021
Publication year: 2021
INTRODUÇÃO:
O aumento de publicações sobre a vida do estudante do Ensino Superior demonstra o interesse crescente da comunidade científica sobre o tema. Tais estudos apontam
para alterações na saúde dessa população após ingresso nesse nível de ensino. OBJETIVO:
Investigar mudanças nos hábitos de vida dos estudantes que ingressam na universidade e o impacto em sua saúde física e mental. MÉTODOS:
Foi adotada uma pesquisa qualitativa, com o uso de entrevista semiestruturada, aplicada em oito estudantes. Os dados foram analisados mediante análise de conteúdo, o que resultou em três categorias temáticas: Mudanças nos hábitos (alimentação, sono, atividades físicas, lazer e descanso); Impactos (físicos e mentais); Determinantes envolvidos na formação de novos hábitos (socioeconômicos, acadêmicos, familiares e afetivos e outros). RESULTADOS:
A alimentação foi uma das dimensões que mais apresentou alterações, assim como o sono. Quanto aos impactos físicos, foram apontadas dores musculares,
cefaleias tensionais, enxaquecas e agravamento de distúrbios, como gastrite. Nos impactos mentais, registrou-se os sintomas de estresse, cansaço, desmotivação e sentimentos de solidão, impotência, isolamento, desejo de desistir e agravamento de sofrimentos psíquicos já existentes, como depressão e ansiedade. Os determinantes mais frequentes foram os sociais, que abrangem
as condições socioeconômicas dos estudantes, seguido dos educacionais, que abrangem o ambiente acadêmico. CONCLUSÃO:
A experiência no Ensino Superior, neste caso, na universidade, provoca mudanças nos hábitos dos estudantes após ingresso, o que resulta em impactos em sua saúde e sugere a necessidade de se repensar as formas de seu funcionamento.
INTRODUCTION:
The increasing number of publications about university students' lives reveals the growing interest that the scientific community holds in this theme. Such studies point to changes in the health of this population after entering this level of education. OBJECTIVE:
The present study
investigates changes in these students' daily habits after they start college and their impact on their physical and mental health. METHODS:
A qualitative research was adopted, and semistructured interviews were applied to eight students. Data was verified using a content analysis technique, which resulted in three thematic categories: Habits variations (feeding, sleeping, physical activities practice, resting and leisure); life impacts (physical and mental); Determinants involved in these new habits acquisition (socioeconomic, academic, family and affective and others). RESULTS:
Feeding and sleeping were dimensions that presented most transitions. The most common physical impacts
were headache, migraine, muscle ache, and worsening of previous conditions such as gastritis. Regarding mental impacts, the following symptoms were registered: tiredness, stress, demotivation, loneliness, helplessness feelings, isolation, thoughts about giving up, and aggravation in previous psyche suffering as depression and anxiety. The noun determinants related to these changes were the social, which include the students' socioeconomic conditions, followed by the educational elements that comprehend the academic environment. CONCLUSION:
A university's academic daily life generates multiple routine changes in their students, compromising their health. Therefore,
restructuring universities organizations is needed.