Fisioter. Bras; 21 (5), 2020
Publication year: 2020
Introdução:
As alterações motoras e sensoriais da mão diminuem a força dos músculos que
compõe esse segmento e pode repercutir na qualidade de vida do indivíduo. No campo da
Fisioterapia, a diminuição da força muscular é frequentemente tratada com o emprego de
correntes excitomotoras, dentre aquelas comumente empregadas, as correntes russas e Aussie
destacam-se por serem de média frequência e promoverem estimulação sensorial confortável.
Objetivo:
Identificar os efeitos agudos do uso das correntes Aussie e russa sobre a força
muscular de flexores de punho e dedos. Métodos:
Foi realizado um estudo de caráter
experimental, no qual se avaliou a força de preensão palmar antes e após a aplicação de
correntes excitomotoras (Aussie e russa). Os voluntários foram divididos em dois grupos, GR, os
quais foram submetidos a terapia com corrente russa, e GA, que recebeu a terapia usando a
corrente Aussie. A estimulação utilizando a corrente russa foi efetuada com frequência portadora
de 2500 Hz com burst de 10 ms, frequência de estimulação de 50 Hz, tempo On 5 segundos e
tempo Off 15 segundos e modulação de 20%. Já a estimulação com a corrente Aussie foi
realizada com frequência portadora de 1000 Hz com burst de 2 ms, frequência de modulação a
50 Hz, tempo On em 5 segundos, tempo Off 15 segundos, Rampas de subida e descidas fixadas
em 2 segundos. Em ambas as estimulações, a intensidade da corrente foi ajustada de acordo
com a tolerância do participante, buscando desencadear contração muscular visível, e o tempo
total de aplicação foi de 10 minutos. Resultados:
As alterações na goniometria e dinamometria
foram analisadas por meio de uma ANOVA de dois fatores. Ao analisar os efeitos principais dos
dados da goniometria, não foram observadas diferenças estatisticamente significativa entre os
grupos [F(2,114) = 2,662; p=0,074] e entre os momentos [F(1,114)= 2,893; p=0,092]. Os dados
da dinamometria também não apresentaram efeito principal para os momentos [F(1,114) = 0,392;
p=0,533]. No entanto, observou-se efeito principal para grupos com [F(2,114) = 3,119; p=0,048].
Assim, o presente estudo não encontrou diferenças estatísticas significativas no ganho de força
de preensão palmar como resultado de uma única aplicação das correntes estudadas. Conclusão:
Sugere-se a realização de estudos adicionais utilizando eletroestimulação, buscando estabelecer
parâmetros mais indicados para promover maiores ganhos de força muscular e benefícios
terapêuticos. (AU)
Introduction:
The motor and sensorial changes of the strength decrease of the muscles hand can
affect the quality of life. In the field of Physical Therapy, the decrease of muscle strength is often
treated with the use of excitomotor currents. Among those commonly used, the Russian and
Aussie currents stand out because they are of medium frequency and promote comfortable
sensory stimulation. Objective:
To identify the acute effects of the use of Aussie and Russian
currents on the muscular strength of wrist and finger flexors. Methods:
An experimental study was
carried out, in which the palmar grip strength was evaluated before and after the application of
excitomotor currents (Aussie and Russian). The volunteers were divided into two groups, GR,
using the Russian current therapy, and GA, who received the Aussie current. The stimulation
using the Russian current was performed with carrier frequency of 2500 Hz with burst of 10 ms,
stimulation frequency of 50 Hz, time On 5 seconds, time Off 15 seconds and modulation of 20%.
The Aussie current stimulation was performed with a frequency of 1000 Hz with a burst of 2 ms,
modulation frequency at 50 Hz, time On in 5 seconds, time Off 15 seconds, ramps up and down
fixed in 2 seconds. In both stimulations, the intensity of the current was adjusted according to the
tolerance of the participant, seeking to trigger visible muscle contraction, and the total time of
application was 10 minutes. Results:
Changes in goniometry and dynamometry were analyzed
using a two-way ANOVA. When analyzing the main effects of the goniometry data, no statistically
significant differences were observed between the groups [F (2,114) = 2,662; p = 0.074] and
between the moments [F (1.114) = 2.893; p = 0.092]. The dynamometry data also did not present
main effect for the moments [F (1,114) = 0.392; p = 0.533]. However, a major effect was observed
for groups with [F (2,114) = 3.119; p = 0.048]. Thus, the present study did not find statistically
significant differences in palmar grip strength gain as a result of a single application of the currents
studied. Conclusion:
We suggested to perform additional studies using electrical stimulation,
seeking to establish parameters more indicated to promote greater muscle strength gains and
therapeutic benefits. (AU)