Arq. gastroenterol; 58 (2), 2021
Publication year: 2021
ABSTRACT BACKGROUND:
The intestinal microbiota influences the appropriate function of the gastrointestinal tract. Intestinal dysbiosis may be associated with a higher risk of esophageal lesions, mainly due to changes in gastroesophageal motility patterns, elevation of intra-abdominal pressure, and increased frequency of transient relaxation of the lower esophageal sphincter. OBJECTIVE:
The aim of this study was to evaluate the intestinal microbiota in individuals with erosive esophagitis and in healthy individuals using metagenomics. METHODS:
A total of 22 fecal samples from adults aged between 18 and 60 years were included. Eleven individuals had esophagitis (eight men and three women) and 11 were healthy controls (10 men and one woman). The individuals were instructed to collect and store fecal material into a tube containing guanidine solution. The DNA of the microbiota was extracted from each fecal samples and PCR amplification was performed using primers for the V4 region of the 16S rRNA gene. The amplicons were sequenced using the Ion Torrent PGM platform and the data were analyzed using the QIIME™ software version 1.8. Statistical analyses were performed using the Mann-Whitney non-parametric test and the ANOSIM non-parametric method based on distance matrix. RESULTS:
The alpha-diversity and beta-diversity indices were similar between the two groups, without statistically significant differences. There was no statistically significant difference in the phylum level. However, a statistically significant difference was observed in the abundance of the family Clostridiaceae (0.3% vs 2.0%, P=0.032) and in the genus Faecaliumbacterium (10.5% vs 4.5%, P=0.045) between healthy controls and esophagitis patients. CONCLUSION:
The findings suggest that reduced abundance of the genus Faecaliumbacterium and greater abundance of the family Clostridiaceae may be risk factors for the development of erosive esophagitis. Intervention in the composition of the intestinal microbiota should be considered as an adjunct to current therapeutic strategies for this clinical condition.
RESUMO CONTEXTO:
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das enfermidades mais comuns na prática clínica e possui fisiopatologia multifatorial. Disbiose da microbiota intestinal pode ter influência em mecanismos envolvidos nesta doença, como mudanças nos padrões motores gastrointestinais, elevação da pressão intra-abdominal e aumento da frequência de relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior. Contudo, a avaliação da microbiota intestinal, neste contexto, ainda é pouco documentada. OBJETIVO:
Este estudo avaliou a microbiota bacteriana intestinal, em indivíduos com doença do refluxo gastroesofágico erosivo e em indivíduos saudáveis, utilizando técnicas de metagenômica. MÉTODOS:
Estudo incluiu amostras fecais de 22 adultos, com idades entre 18 e 60 anos: 11 com esofagite erosiva (oito homens e três mulheres) e 11 controles saudáveis (dez homens e uma mulher). Os pacientes foram orientados a coletar e armazenar o material fecal em tubo contendo solução de guanidina. O DNA da microbiota foi extraído das amostras de fezes e amplificação por PCR foi realizada usando iniciadores para a região V4 do gene 16S rRNA. Os amplicons foram seqüenciados usando a plataforma Ion PGM Torrent e os dados foram analisados usando o software QIIME™ versão 1.8 (Quantitative Insights Into Microbial Ecology). Análise de estatística foi realizada utilizando-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney e o teste ANOSIM, método não paramétrico baseado em matriz de distância. RESULTADOS:
Os índices de alfa-diversidade e beta-diversidade foram semelhantes entre os dois grupos, sem diferença estatisticamente significante. Não houve diferença estatisticamente significante no nível de filo, classe e ordem. Entretanto, observou-se diferença estatisticamente significante na abundância da família Clostridiaceae (0,3% vs 2,0%, P=0,032) e no gênero Faecaliumbacterium (10,5% vs 4,5%, P=0,045) entre controles saudáveis e pacientes com DRGE erosiva, respectivamente. CONCLUSÃO:
Os achados sugerem que menor abundância do gênero Faecaliumbacterium e maior abundância da família Clostridiaceae, nos pacientes com DRGE, podem influenciar na fisiopatologia desta doença.