Estudos de gênero na psicologia (1980-2016): aproximações e distanciamentos
Gender studies in psychology (1980-2016): approximations and distancing
Estudios de género en la psicología (1980-2016): aproximaciones y distanciamientos

Psicol. ciênc. prof; 41 (), 2021
Publication year: 2021

Resumo Este artigo apresenta a emergência e a história dos estudos de gênero na psicologia a partir da consideração sobre a relevância de usar a noção de" gênero" como categoria de análise histórica para pensar o campo disciplinar da psicologia. Isto nos possibilita compreender os efeitos teóricos, metodológicos e epistemológicos na produção de conhecimento. A partir de uma pesquisa bibliográfica realizada na base de dados SciELO, foram analisados 153 artigos de três periódicos da psicologia. Estes, com seus 402 autores(as) e 191 instituições, foram agrupados em 15 categorias temáticas. Uma análise quali-quantitaviva encontrou resultados que apontam para desigualdades de gênero na autoria dos artigos e uma presença marcante das universidades públicas entre as instituições que mais publicam na área. A psicologia, quando debate gênero, o faz por meio de discussões temáticas de campos de conhecimento tradicionais - como saúde, educação e trabalho, típicos da segunda onda do feminismo. As questões identitárias e sobre sexualidades se destacam em produções mais recentes. Da articulação entre gênero e psicologia com foco nas discussões teórico-epistemológicas, constatamos que, embora haja publicações que apontem críticas à psicologia questionando o uso descritivo de gênero, bem como à objetividade do conhecimento e à universalidade do sujeito, ainda se verificam dificuldades em sair do lugar androcêntrico, etnocêntrico e cisheteronormativo que caracteriza a produção psicológica. O estudo aponta a necessidade de maior sensibilização e ampliação de espaços de discussão entre gênero e psicologia para que se possa resistir às invisibilidades ainda tão persistentes nesse campo disciplinar de conhecimento. (AU)
Abstract This article addresses the emergence of gender studies in psychology and how the adoption of gender as a category of historical analysis to interpret the disciplinary field of psychology had theoretical, methodological, and epistemological effects on knowledge production. A bibliographic search on the SciELO database was performed and 153 articles analyzed. The studies retrieved, grouped into 15 thematic categories, were from three psychology journals and authored by 402 investigators from 191 institutions. Qualitative-quantitative analysis showed gender inequalities in authorship and a marked presence of public universities among the institutions that most publish in this area. Psychology was found to debate gender in the form of thematic discussions in traditional fields of knowledge - such as health, education, and work - typifying the second wave of feminism. Identity and sexuality issues predominated in more recent productions. The articulation between gender and psychology, with a focus on theoretical-epistemological discussions, showed that, despite the presence of studies voicing criticism of psychology, questioning a descriptive use of gender, as well as against objective knowledge and the universality of the subject, difficulties remain in breaking with the androcentric, ethnocentric, classist, cisheteronormative locus that characterizes psychological production. The study emphasizes the need for increased awareness and forums for discussions involving gender and psychology, enabling us to resist to invisibilities that persist in this disciplinary field of knowledge. (AU)
Resumen El artículo presenta la emergencia de los estudios de género en la psicología. El uso de género como una categoría de análisis histórico para pensar el campo disciplinar de la psicología ha posibilitado comprender los efectos teóricos, metodológicos y epistemológicos en la producción de conocimiento. A partir de la investigación bibliográfica realizada en la base de datos SciELO, se analizaron 153 artículos de 3 revistas de psicología, 402 autores y 191 instituciones agrupadas en 15 categorías temáticas. El análisis cuali-cuantitativo ha revelado resultados que indican desigualdades de género en la autoría de los artículos y una presencia destacada de las universidades públicas, entre las que más publican en el área. La psicología cuando debate género lo hace mediante discusiones temáticas en campos de conocimiento tradicionales, como salud, educación y trabajo, típicos de la segunda onda del feminismo. Las cuestiones de identidad y de sexualidad se destacan en publicaciones más recientes. De la articulación entre género y psicología con enfoque en discusiones teóricas y epistemológicas, se ha constatado que aunque hay publicaciones que indican críticas a la psicología cuestionando el uso descriptivo de género, así como la objetividad del conocimiento y la universalidad del sujeto, todavía se verifican dificultades en salir del lugar androcéntrico, etnocéntrico, clasista y cisheteronormativo que caracteriza la producción psicológica. El estudio señala la necesidad de una mayor sensibilización y ampliación de espacios de discusión entre género y psicología para que se pueda resistir a las invisibilidades aún tan persistentes en este campo disciplinar de conocimiento.(AU)

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